Repercussão das eleições em Palhoça

Ouvimos os candidatos Nazareno Martins (deputado estadual eleito), Dirce Heiderscheidt (suplente na Alesc) e Paulo Scharf (suplente na Câmara Federal)

O candidato de Palhoça Nazareno Martins (PSB), pai do prefeito Camilo Martins (PSD), é um dos 40 deputados eleitos para a Assembleia Legislativa (Alesc) – e um dos 18 que ocupam o cargo pela primeira vez.

“Em um cenário político difícil, ter a confiança de quase 35 mil catarinenses é gratificante. A busca dos eleitores foi por renovação e fico muito feliz por fazer parte dela. Só tenho a agradecer e dizer que vou continuar firme com os mesmos princípios. Na Assembleia, vou continuar lutando, como fiz até agora, sem descanso, para trazer os recursos que toda Grande Florianópolis precisa”, ressalta Nazareno, que foi eleito com 34.395 votos.

Nazareno Martins, de 68 anos, contou também com o reconhecimento de um grande número de palhocenses: 17.212 eleitores ajudaram a levá-lo à Alesc.

Em algum momento da legislatura 2019-2022, Palhoça poderá ter dois representantes na Assembleia Legislativa. Isso porque a deputada Dirce Heiderscheidt (MDB) terminou a eleição como primeira suplente. Dirce conquistou 32.332 votos (foi a 32ª mais votada), que não foram suficientes para garantir a reeleição, em função dos intrincados cálculos do quociente eleitoral, que define os deputados eleitos no sistema de representação proporcional, utilizado pela legislação eleitoral brasileira. “Eu e o Ronério (o ex-prefeito Ronério Heiderscheidt) moramos nesta cidade há 38 anos, no mesmo lugar (Passa Vinte), e aprendemos como muitos que aqui também chegaram a se apaixonar por essa cidade bela por natureza. Já disputamos vários processos eleitorais e aprendemos a respeitar a decisão da população, por isso, queremos mais uma vez agradecer a todos aqueles que nos ajudaram a construir uma tranquila e serena eleição, tendo como foco principal a liberdade de opinião e priorizando o contato direto, no casa a casa com o eleitor. Obrigado a quem nos confiou o voto, saúde, sucesso e que Deus proteja a todos. A vida segue, um grande abraço”, reflete Dirce Heiderscheidt.

Nenhum dos quatro candidatos do município ao cargo de deputado federal conseguiu se eleger. Paulo Scharf, do Novo, foi o mais votado, com 18.954 votos e está listado como segundo suplente do partido (4.941 deles conquistados nas urnas de Palhoça; foi o segundo mais votado no município, perdendo apenas para o campeão de votos Hélio Costa, do PRB, que obteve 25.507 votos do eleitorado palhocense). “Agradeço todo apoio, engajamento e confiança no projeto. Realmente foi um resultado excelente. A gente elegeu um representante do Novo em Santa Catarina. Estou muito feliz mesmo, porque sem estrutura nenhuma, com pouco recurso, mas muita vontade e muita ajuda de voluntários espontâneos, a gente conseguiu um ótimo resultado”, avalia Paulo Scharf.

Bolsonaro conquista o eleitor palhocense

Na eleição majoritária, o eleitor de Palhoça acompanhou a sigla do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Bolsonaro recebeu 61.792 votos nas urnas palhocenses (65,03% dos votos válidos).

A “onda do 17” acabou respingando também no candidato ao governo do estado, Comandante Moisés, que recebeu 30.261 votos (35,55%), ligeiramente superior aos votos conquistados pelo seu oponente no segundo turno, Gelson Merisio (PSD), que somou 28.648 votos em Palhoça (33,66%); e também no candidato do partido ao Senado, Lucas Esmeraldino, o mais votado no município, com 29.885 votos (19,44%), à frente dos eleitos Esperidião Amin (27.127 votos) e Jorginho Mello (25.031 votos).

A professora Ingrid Assis, que mora no Bela Vista e foi candidata ao governo do estado pelo partido PSTU, conseguiu 9.944 votos em Santa Catarina, 546 deles obtidos nas urnas de Palhoça.

Incidentes

A eleição transcorreu sem maiores problemas em Palhoça. A Polícia Militar registrou 13 ocorrências ao longo do domingo. Foram oito denúncias de prática do crime de boca de urna não confirmadas e outras duas confirmadas: uma ocorreu às 9h40, no Colégio Reinaldo Weingartner, no Rio Grande (e não no Brejaru, como inicialmente informado pela PM), em que um homem foi preso; e outra às 11h03, na Ponte do Imaruim, onde também foi confeccionado um Boletim de Ocorrência (BO).

Foram registradas, ainda, pela PM, outras três denúncias com relação a supostos problemas em urnas. A primeira aconteceu na Escola Reunida do Albardão, onde teriam ocorrido problemas de dados de candidatos na urna eletrônica. Um BO foi registrado. Em outra seção, localizada na escola Vicente Silveira, no Passa Vinte, também houve uma suspeita de fraude nas urnas, registrada em um Boletim de Ocorrência na delegacia da Polícia Civil. Essas denúncias foram encaminhadas para o Cartório Eleitoral e para a Polícia Federal, que vai investigar os casos.

Em uma outra ocorrência de suspeita de problemas em urna eletrônica na escola Vicente Silveira, a pessoa que solicitou a presença da Polícia Militar não foi localizada para relatar os fatos.

Ainda em relação à suspeita de fraudes e às “notícias falsas” que foram divulgadas nas redes sociais durante todo o domingo (7), o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), desembargador Ricardo Roesler, acionou a Polícia Federal para investigar as “fake news”. “Os produtores e disseminadores de fake news, inclusive de outros estados, que atacam com mentiras a Justiça Eleitoral e o processo eletrônico de votação, serão investigados pela Polícia Federal”, afirmou, na tarde desta quarta-feira (10), ao requisitar abertura de inquérito à PF.

A iniciativa partiu da preocupação com a maciça disseminação de notícias falsas, em especial em relação à confiabilidade do sistema eleitoral. “O mundo vive um déficit de confiança que vem alimentando intolerância, ódio, polarização e populismo, fatos que se refletem neste momento. O direito de manifestação não é absoluto, e não pode servir de instrumento à desestabilização social”, asseverou o presidente.