Enseada: orgulho que nasce do pertencimento
A nossa Enseada completa 275 anos. Tão próxima e, por vezes, tão distante da Palhoça que acelera, que se reinventa, que quer estar no centro da vanguarda. Na Enseada, o tempo parece tropeçar, se perder, se demorar. Ali, as pedras do calçamento, as fachadas coloridas e o mar que sussurra mansamente foram todos colocados, ao que parece, pelas mãos do Divino Arquiteto. Quem dera todo cidadão palhocense pudesse, ao menos uma vez por semana, sentar-se à beira da praia e observar em silêncio os traços dessa terra-mãe. O quanto nos ensinarias, Enseada de Brito… que também é do João, da Maria, do Elzo e de tantos outros.
Talvez um dia nos cansemos do excesso de telas, de conexões instantâneas e de modernidades que não sabem contar histórias. Talvez, nesse respiro, a gente perceba que nenhuma tecnologia é capaz de forjar o orgulho que nasce do pertencimento. Quem sabe deixemos de nos apresentar como “cidadãos do mundo” e passemos a dizer com convicção: “Sou de Palhoça. Daquela Palhoça da Enseada de Brito, conheces?”. E talvez aí resida o verdadeiro progresso: reconhecer na tradição o norte que tanto buscamos.
O número 275 é apenas uma marca simbólica, um lembrete no calendário. A Enseada é anterior a isso — é anterior à contagem do tempo. Que seus casarios de paredes largas e cores vibrantes nos recordem que há coisas feitas para durar! Que sua calma seja antídoto! Que sua história nos alicerce! E que sua alma continue sendo, por muitos séculos mais, um dos corações que pulsam forte em Palhoça!
Publicado em 15/05/2025 - por Palhocense