Editorial - Edição 1.007

A força do encontro da arte com a generosidade

Há iniciativas que, de tanto se repetirem, deixam de ser apenas ações pontuais para se tornarem símbolos de transformação social. É o caso do Grupo Theatro dos Bonecos, que tem mostrado, ao longo dos anos, como a arte pode ser um poderoso instrumento de solidariedade. No dia 30, no tradicional Clube 7 de Setembro, mais uma vez a cena se repete: acordes vão virar generosidade em prol de quem precisa.

Desta vez, o beneficiado é o músico palhocense Cidão, um artista que sempre soube traduzir em notas e versos as belezas e as dores da vida. Sempre o associamos a Raul Seixas, pelo timbre, pelo estilo, pela irreverência. Mas bastava alguns minutos de convivência para perceber que Cidão era – e é – dono de uma identidade própria, de uma aura criativa incomparável. A música foi sua voz mais forte, mas até nos gestos e nos olhares ele continua se expressando, mesmo diante dos desafios de saúde que lhe tiraram parte da fala.

O espetáculo de sábado é mais do que uma apresentação cultural. É um gesto coletivo de reconhecimento e carinho a um artista que marcou gerações e segue inspirando pela força de sua presença. Como é de costume, a banda vai trazer para o palco amigos e vai descer à plateia para agradecer quem não deixa o show acabar. É a força do encontro! Será uma noite de sons, mas o amor, essa linguagem divina universal estará no ar – e não será preciso mais do que um simples sorriso para nos conectar. E assim, juntos, diremos: viva o Cidão!