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Beltrano - Edição 816

As doenças do meu tempo de criança

 

Vou contar neste pasquim
Como o mundo de hoje mudou
A começar pelas doenças
Que o mundo transformou
Doenças que foram simbora
Passado que muito incomodou.

O Zé Manjuva da Pinheira
Sempre foi empalamado
Quando ele era criança
Teve mil ossos quebrados
Sem falar em nervo torto
Azedume e estômago inchado.

Perebento era viver enferidado
Tá com boi era menstruação
O ardido estava estragado
Ou era dor de esquentação
Faniquito era desmaio
Resfriado e gripe: difurção.

Se hoje temos o zica
Aids, Covid e outros perrengues
Quando o Zé era pequeno
Diz que não existia a dengue
Mas uma pereba na perna
Faz com que até hoje capengue.

Teve moléstia de macaco
Que o impedia de crescer
Por mais que dessem comida
Não adiantava comer
Era bicha, solitária
Que o fazia emagrecer.

Nasceu com a moleira mole
Quem curou foi benzedeira
Por andar com o pé no chão
Seus pés eram só frieira
Vivia com diarreia, 
Pra não dizer caganeira.

A caganeira era comum
Causava-lhe nó nas tripas
A dor no estômago, gastura
Deixou-lhe magro feito ripa
Vivia com ranho no nariz
Espirra e logo engripa.

Diz o Zé que tem saudade
Do tempo que doença era ideia
Com o advento da Covid, do câncer
O esquecimento virou apneia
Diz que era feliz e não sabia
Quando doença de rua era só gonorreia.

O furúnculo era uma postema
Infeccionado no seu corpo
Sua mãe, dona Zurilda, conta
Que também sofria de nervo torto
Quando ficava embuchada 
A parteira era o conforto.

A mulher que ganhava filho
Tinha que ficar de resguarde
Tudo que aperta, segura
Tudo que cura, arde
As doenças de crianças
Valiam antes do que tarde.

A criançada sofria
Com zibra e tosse comprida
Sapinho, chamado boqueira
Bicho do pé e espinhela caída
Sem falar no apianço
Quebrante, íngua e ferida.

Muitas dessas doenças
Eram tratadas a garrafadas
Uma mistura de ervas
Que as deixavam curadas
Eram feitas por benzedeiras
Guiadas por uma mão sagrada.

Antigamente, o derrame
É que matava muita gente
Hoje em dia, o AVC e o enfarte
Deixam muita gente doente
Mas com o avanço da medicina
Há quem tenha e nem sente.

De primeiro, era assim
Um salapismo se usava
Pra fazer um curativo
Quando malecho se encontrava
Só depois batiam uma chapa
Pra saber o que se passava.

Bastava um bicho berne
Pra ficar acachapado
Se ficava meio banzo
Com o calombo alojado
Um bichinho tão pequeno
Podia deixar entrevado.

Pra “queimor no estômago”
O remédio era o azeite
Ter congestã era normal
Não há quem não aceite
Que a congestã era causada
Por comer melancia com leite.

Vivia-se com o ovo virado
Vomitávamos até o bucho
Pra ver o estômago limpado
A gente dormia de bruços
Depois, acordávamos curados
O problema era o soluço.

Vivia com grande dor
Quem tinha o figo ofendido
Batia o suor e o desespero
E um zumbido no ouvido
Pra piorar, não defecava
Ficava todo entupido.

Ficar só no espinhaço
Significava magreza
Dor no zóio, nuviamento
Catarata ou vista presa
Depressão era pra rico
Caduquice pra pobreza.

Tinha doença feito gota
Sem cheiro, nariz entupido
Doença do rato, dor na junta
Unheiro, asma e corcova
Mal jeito no espinhaço
Catarro, peito doído.

Na época, todo vivente
A malária evitava
Junto com a tuberculose
Que muita gente matava
Com a catapora e o sarampo
Todo mundo se assustava.

Entre as doenças ruins
A caxumba eu destaco
Era a mais doída delas
Deixava o sujeito fraco
Ainda mais quando a doença
Recolhia para o saco.

Cansaço e dor no peito
Eram sintomas do coração
Como achavam que não doía
Botavam a culpa no pulmão
Mas dor de cabeça em Palhoça
Quem mais sentiu foi o Cabeção.



Publicado em 04/11/2021 - por Beltrano

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