Entre a fome e a fartura
Que o mundo está virado, não se tem dúvida! É o fim do mundo, minha gente! A vagabundagem tá grande! Para se ter uma ideia, estão falsificando ova de tainha! O Antônho do Bidunga comprou umas ovas e quando chegou em casa é que viu que era tripa com papinha de farinha de milho! É o conhecido caviar de pobre! Rá, rá, rá, rá...
Vê se pode! No último final de semana, roubaram uma rede de pesca na Pinheira, picaram e venderam como tarrafa! Em Palhoça, quem com ferro fere, provavelmente não tem revólver! Até os peixes vivem dizendo: “Estamos fritos”.
A dona Jandira lá do Furadinho me confidenciava que o Senhor é seu pastor, e fica latindo a noite inteira no quintal de sua casa! Pelo menos tem mantido os larápios longe e nenhum candidato teve coragem de entrar no seu terreno para pedir votos na última eleição!
Fofoca que ia sair na Coluna do Cabeção, mas que ele não teve cabeça pra escrever: “Candidato vegetariano levou uma eleitora sua para o mato e comeu o mato”. Rá, rá, rá, rá... Segundo o Cabeção: “Por essa e por outras que, antigamente, quando uma moça conhecia um rapaz gentil e educado, logo perguntava se era solteiro; hoje, pergunta se é gay”. O incrível é que, quanto mais separação, mais divórcio – e mais ótimas donas de casa. É que cada vez que uma mulher se divorcia acaba ficando com a casa!
Agora, falando sério. Não como na antiga coluna do doutor Juarez; falando sério como o Margarida, que diz que bicho infeliz é o homem: tem peitos sem leite, ovos sem casca, passarinho sem asa, e o pior de tudo, saco sem dinheiro! Ééééééé... qués um fio? Vai dá como eu di, istepó!
Notícias superinteressantes: “Logo após as eleições, vários políticos da Câmara e da Prefa correram pra se internar no Hospital Regional para desobstruir os intestinos. É que durante todo o período eleitoral não fizeram bosta nenhuma”.
Esta é boa: “Conhecida mulher de um importante cabo eleitoral palhocense, que ganhou muito dinheiro para trabalhar por um candidato a vereador, não tem mais onde colocar silicone, mas voltou à clínica de estética nesta semana para colocar silicone no peito do pé! Ele me revelou que a esposa passa bem, embora quem passe e lave na sua casa seja ele”. Rá, rá, rá, rá...
Minha Santa Piriquita da Cova Funda! A previsão do tempo para o mês de março é de amargar: o tempo vai fechar em Palhoça. Rá, rá, rá, rá...
Notícia extra e ordinária! Deu na Coluna do Kbção e não é gozação: “Homem no Furadinho atira no próprio estômago para matar a fome! A esposa, desorientada, ficou sozinha e com um vazio ainda maior... no estômago”.
O Kbção entrevistou a esposa do falecido num verdadeiro furo de fofocagem e me pediu para colocar a matéria na minha coluna:
– Seu nome?
– Felisbina Felícia Fagundes Faria.
– De onde você é?
– Furadinho.
– E agora, pra onde você vai?
– Formiga.
– Profissão?
– Fui frentista.
– Deixou o trabalho?
– Fui forçada.
– Por quê?
– Faltou força física.
– E o que fazias?
– Fiscalizava filtros e fluidos de freios.
– E seu esposo?
– Falecido.
– Como era o nome dele?
– Fernando Fagundes Ferreira Filho.
– Morreu de quê?
– Furo no fígado.
– Como assim?
– Ferreiro, furou-se com ferro.
– E você, como ficou?
– Fiquei com fobia, friagem e fome.
– Muitos filhos?
– Filhas, todas formadas.
– Conheço?
– Fernanda, Fabiola, Fabricia...
O Kbção, pensando em flertar com a Felisbina e também porque estava faminto, convidou-a para festar. Foi uma fartura na Figaro’s. Ao avistar o garçom, a Felisbina chamou:
– Faz favor!
E pediu:
– Um farto filé de frango frito feito no forno, com farofa, feijão e fritas.
– Pão? – perguntou o garçom.
– De forma e em fatias.
– Refri?
– Fanta.
– Gelada?
– Fria.
– Mais alguma coisa?!
– Frutas frescas.
– Não temos. Mas temos sorvete.
– Frutare?
– Sim.
– Flocos com framboesa.
O garçom, já fulo, fez questão de desafiar o Cabeção e disse:
– Se vocês me disserem mais sete palavras com “F”, não precisam pagar a conta.
O Cabeção se adiantou e, antes que a Felisbina respondesse, disparou:
– Falo! Foi formidável, fazendo fiado, fico freguês!
Mas antes de sair, o garçom se tocou de que o Cabeção tinha dito só seis palavras, e não sete, e cobrou.
– Cabeção, faltou uma palavra com “F”!
Ele, já saindo na porta do restaurante, virou-se e, abraçando a Felisbina, sorriu e disse:
– Fui!!!
Sei dizer que, no fim, ficaram fartos e foram fazer fuc-fuc no Fiesta.
Por essa e por outras que a Secretaria de Saúde e Medicina Preventiva de Palhoça esclarece: “O amor não é aquilo que te pega de surpresa e te deixa totalmente sem ar – o nome disso é asma”. O Margarida também me mandou sua filosofia de vida. Ele diz que “o amor não te faz ver o mundo cor-de-rosa – o nome disso é viadagem”. Por falar em viadagem, você já foi a um velório de gay? Não?! Ô classe desunida, não?!
Publicado em 07/03/2025 - por Beltrano