BNDES explica à pequena empresa como pode acessar linhas de crédito
A facilitação do acesso ao crédito para micro e pequenas empresas foi tema de encontro virtual realizado pela Câmara da Micro e Pequena Indústria da Fiesc. A economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) Fernanda Garavini falou sobre as linhas de crédito oferecidas pelo banco, com destaque para o programa BNDES Crédito Pequenas Empresas, que proporciona o empréstimo anual de até R$ 70 milhões para empresas com faturamento de até R$ 300 milhões/ano.
O programa permite financiar folha de pagamento, aluguel, duplicatas, impostos, dívidas a pagar, entre outros, e já aprovou R$ 4,4 bilhões em financiamentos. Em SC, o programa é operado principalmente pelo BRDE, Sicredi e Cresol. “No início da pandemia, o BNDES adotou medidas emergenciais de combate aos efeitos econômicos. Esse programa pode ser acessado por micro, pequenas e médias empresas, com condições válidas até o dia 30 de setembro. Com essa linha, pode ser financiado praticamente tudo, exceto a aquisição de terrenos e de máquinas importadas com similares nacionais, além de outros setores nos quais o BNDES não pode atuar”, comentou a economista.
Entre outras iniciativas adotadas pelo BNDES durante a pandemia, estão a suspensão de pagamentos para empresas com recursos do Banco Nacional por seis meses (de abril a setembro) – exceto para dívidas agrícolas, comércio exterior e dívidas honradas com Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) – e a operacionalização do programa emergencial de suporte a empregos, com recursos da União, para pagar a folha de pagamento das empresas (até dois salários mínimos por empregado, por até dois meses), com taxa de juros fixa e prazo de financiamento de 36 meses.
HÁ DIFICULDADES
“Uma das maiores demandas do setor é o acesso ao crédito para empresários das micro e pequenas, que notadamente têm mais dificuldade nesse quesito. Por isso, criamos em SC o Núcleo de Apoio ao Crédito, uma iniciativa que tem o apoio da CNI e que visa apoiar as indústrias nesse sentido”, observou o presidente da Câmara da Micro e Pequena Indústria da Fiesc, Célio Bayer.
Esse Núcleo já atendeu 142 empresas, viabilizando R$ 8,8 milhões de crédito. Com o apoio do BNDES, foram aprovados mais de 1,2 mil financiamentos, gerando crédito de R$ 236 milhões para empresas catarinenses. João Emilio Gonçalves, gerente de política industrial da CNI, falou sobre o Núcleo: “A ideia é oferecer um serviço cada vez mais completo, dinâmico e digital ao empresário. O governo tomou uma série de medidas para apoiar as empresas nessa travessia da crise, uma falta de demanda muito forte, que impactou as receitas; as empresas precisam preservar caixa. A gente vem defendendo na CNI que isso seja feito com duas pontas: uma que é a redução das despesas, como a postergação do pagamento de tributos, e as medidas relacionadas à folha de pagamento. Mas a parte do crédito foi a que andou mais devagar”.
Publicado em 01/07/2020 - por Luiz Fernando Bond