Cambirela: proteção a um bem sagrado
O Cambirela não é apenas um morro. É um dos maiores símbolos da identidade palhocense – tanto que desde 2005 estampa com orgulho a logomarca deste periódico. Sua imponência nos lembra diariamente da beleza natural que nos cerca e da responsabilidade que temos em preservá-la. Por isso, recebemos com bons olhos a iniciativa da Secretaria Municipal de Turismo em propor um debate público sobre a gestão do Cambirela, envolvendo órgãos ambientais, montanhistas, especialistas e a comunidade. É um primeiro passo importante para garantirmos segurança na visitação e proteção ao ecossistema.
O debate sobre uma possível concessão não deve gerar pânico – e sim, participação. O Cambirela jamais poderá ser reduzido a um “produto turístico” ou ser entregue à exploração desenfreada. É preciso estabelecer limites, critérios e, sobretudo, respeito à sua história, geografia e simbologia. Não se trata de instalar bondinhos ou escadas rolantes até o topo, mas de evitar que aventureiros mal orientados acabem se machucando por falta de sinalização ou estrutura mínima. A visitação precisa ser regulamentada com inteligência, empatia e visão de futuro.
O Cambirela, lá do alto, continua observando a cidade crescer. E agora é a nossa vez de olhar de volta com carinho, zelo e responsabilidade. Na próxima semana, o jornal Palhocense trará o tema em sua enquete semanal, para ouvir você, leitor. Foi aos pés do Cambirela que surgimos como comunidade – por isso, deve continuar sendo protegido como se protege um bem sagrado. Que este debate avance com diálogo, união e, acima de tudo, amor à nossa terra.
Publicado em 08/05/2025 - por Palhocense