Na semana passada, a Câmara de Vereadores de Palhoça recebeu Mário Jorge Maia, diretor do Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região (Sinergia), a convite do vereador Alexandre de Sousa. A presença do sindicalista foi motivada por debates recentes na Casa sobre a possível transferência do almoxarifado central da Celesc para outro município — possibilidade que gerou preocupação entre os parlamentares, contrários à mudança.
Funcionário aposentado da Celesc após 49 anos de serviço, Mário Jorge iniciou sua fala agradecendo o espaço e esclarecendo os motivos por trás da intenção da empresa de vender o terreno atual. Segundo ele, o local, construído em 1969, apresenta sérias condições de insalubridade: “Piso manchado, o teto não tem nenhum isolamento térmico, mofo”, relatou. Uma denúncia anônima enviada ao Ministério Público do Trabalho sobre essas condições obrigou o sindicato a verificar e responder oficialmente, o que levou a entidade a visitar o espaço e registrar as falhas estruturais.
Além disso, o sindicalista explicou que um dos fatores que aceleraram o processo de venda foi a enchente que atingiu o município, causando um prejuízo estimado em R$ 30 milhões em equipamentos elétricos. “A Celesc fez uma chamada pública, fez uma avaliação do terreno, que custa ali, hoje, 40 milhões de reais”, contou Mário Jorge.
O que vai acontecer com o almoxarifado
A ideia da empresa, segundo ele, é alugar um novo terreno na região do Anel Viário, ainda em Palhoça, com estrutura moderna e melhor adaptada para o fluxo logístico que abastece 16 regionais da companhia. Apesar da polêmica inicial, a explicação trouxe um novo entendimento para os vereadores. “Conversando com os trabalhadores, a maioria deles estava favorável, realmente, a fazer a mudança dali, em função da insalubridade”, afirmou. Ele também garantiu que a intenção não é retirar a estrutura da cidade, mas sim transferi-la para um local mais adequado, ainda dentro do município.
Ao final da fala, os vereadores se mostraram compreensivos com a decisão, desde que o novo almoxarifado permaneça em Palhoça. A presença de Mário Jorge ajudou a esclarecer que a mudança não se trata de abandono da cidade, mas de uma readequação necessária. “Isso vai levar de dois a três anos para ser colocado em prática”, completou.
Durante a sessão, o sindicalista também comentou sobre a situação da loja de atendimento da Celesc em Palhoça, alvo de críticas recentes. Segundo ele, seis trabalhadores pediram demissão desde outubro do ano passado, o que impactou o funcionamento do serviço.
A visita de Mário Jorge Maia foi considerada importante pelos parlamentares, que agradeceram a disponibilidade e reforçaram o compromisso de acompanhar os próximos passos da Celesc em relação à infraestrutura na cidade.
03/05/2025
03/05/2025