Por: Willian Schütz
Convites para entrevistas, novas parcerias, propostas para shows e uma viagem especial. Há pouco tempo, isso parecia história distante para o rapper Coroa. Porém, é a nova realidade do artista de Palhoça. Isso é fruto de um trabalho de divulgação que ocorre há mais de dois anos e que explodiu com o sucesso recente do videoclipe “Eterno Maguila”. Agora, o rapper embarca para uma série de compromissos no estado de São Paulo, o que marca o início de uma nova fase.
Nesta quinta-feira (21), às 19h, Coroa participa do Parla Podcast, gravado na B2LABTV. O estúdio fica na Mooca, em São Paulo, onde o cenário do hip-hop segue crescendo, ano após ano. Já na sexta-feira (22), ele segue para Jacareí, no Vale do Paraíba, onde entra em estúdio para gravar novas faixas. E tem mais: o artista será entrevistado pelo Podcastano no sábado (23), também no Vale.
Essa série de compromissos é fruto do sucesso recente de “Eterno Maguila”, com single e clipe lançados neste ano. “Tudo isso aconteceu depois do clipe, que chamou atenção pelo trabalho e pela expressão”, relata o artista.
Segundo Coroa, “Eterno Maguila” é um trabalho que pode gerar identificação em jovens de qualquer região do Brasil. Isso porque a letra traz questões étnicas, violência policial, vício em drogas e outros temas de cunho social.
Inspirado em um caso real ocorrido em julho de 2014 — quando seu filho foi morto durante um assalto em Palhoça — o trabalho deu visibilidade nacional ao artista e desencadeou uma série de convites, parcerias e gravações. Filmado em diversos cenários de Palhoça, o clipe tem produção de Jorge Kloppel Júnior e está disponível no YouTube.
Musicalmente, a faixa mescla rap, rock, samba e efeitos, com arranjos de Thyago Rachid e Dierre Pichorz — também responsável pela produção — gravados no estúdio Octopus Sound Box, no Centro de Palhoça.
Conexão SC-SP
Pela internet, Coroa começou a fazer amizades que se espalham por todo país. Algumas delas são do Vale do Paraíba. É o caso do rapper Thiago Shino, que caminha pela estrada do hip-hop há mais de 20 anos. Nos últimos meses, Thiago aplicou mentorias ao artista de Palhoça. Ele também está envolvido com a ida de Coroa à cena paulista.
Do lado de cá, o palhocense destaca não só a gratidão por Shino, mas também a importância de ir ao Vale do Paraíba. “O rap de lá tem uma vertente diferente, mais humanizada e espiritualizada, que fala de amor e acolhimento. Foi uma conexão espiritual mesmo, algo muito forte”, analisa.
Segundo ele, essa aproximação resultou em novas portas: além da mentoria com produtores locais, um estúdio à disposição e a migração de podcasts para o mesmo polo criativo com o qual passou a colaborar.
Novas faixas
A agenda recente inclui a gravação de “Escada Invertida” (em fase de captação de voz e imagens). Além disso, Coroa já tem gravada uma participação em na faixa Cypher, ao lado de nomes como Mano Freire e Vietnã. “Já gravei minha parte e agora finalizo as imagens para enviar. É um projeto nacional”, revela.
Coroa também segue envolvido em iniciativas que aproximam rap e literatura, como o Projeto Semeadura, além de parcerias costuradas a partir da repercussão de Eterno Maguila. “Teve gente me procurando para encontro nacional de rap na cidade e até pedindo cachê para apresentação. Foi muito louco”, relata.
Repercussão que virou trabalho
O artista atribui o atual momento ao impacto do clipe: “Eu apareci pela expressão, pela apresentação, pelo trabalho”. O efeito prático foi imediato: convites, estúdios abertos e agendas em cidades onde a audiência se reconheceu na narrativa. “Aconteceu porque foi feito com verdade. Isso dá frutos”, ensina.
Quem é Coroa
Nascido Anderson Luís Jukowski, mecânico náutico e pai de família, o rapper começou a transformar angústias em poesia e rap. Aos 48 anos, adotou o nome artístico Coroa e passou a publicar canções em 2022 no perfil @coroarap. Em 2023, intensificou a produção com o rap “Falange de Ilusão”, séries de vídeos autorais, uma live session no Octopus Sound Box e parcerias com o coletivo A Bolha. Em 2024, lançou a série audiovisual “Contos e Sangue”, firmou colaboração com o escritor Anderson Ribeiro e se aproximou do Projeto Semeadura. Também integrou o Terça com Poesia, do portal Criativa Catarina. Hoje, aos 52, colhe o reconhecimento que “Eterno Maguila” ampliou.
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