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Beltrano - Edição 723

Cântico de amor a Palhoça 
 
 
Relembro aqui minha infância
Pois em Palhoça nasci e me criei
É o melhor lugar do mundo
Dele muitas histórias contei
Ainda que eu viva cem anos
Irei gastá-los só contando
As tantas histórias que sei.
 
Poucos viviam na cidade
Muitos na zona rural
Em quase toda residência
Tinha galinheiro e curral.
Também chiqueiro de porco
Fazia-se de tudo um pouco
Vivia-se bem ganhando mal.
 
Aos domingos de manhã
A mesma cena se repetia
Assistir à missa das sete
Na Matriz a gente ia
A criançada fazia graça
Fazendo estripulia na praça
Em frente ao bar da dona Maria.
 
Depois de assistir à missa
Os homens iam beber “tatuzinho”
Mas papai pedia uma “média”
E para nós, uns salgadinhos.
Acabava-se o jejum da exaltação
Imposta pela comunhão
Lá no bar do seu Dorinho.
 
Quando tinha condições
Papai botava na mesa
Feita pelo seu Juliano Luchi
Uma garrafa de framboesa.
Aquela bebida gostosa
A todos deixava prosa
Com a delícia de sobremesa.
 
Então, íamos para o jardim
Que cheirava a alfazema
Víamos o Tavinho e o Ireno
Alheios a todo o sistema
Dois cidadãos de quilate
O Ireno, “grande engraxate”
O Tavinho, “dono do cinema”.
 
Em volta da Praça Sete
Papai então dava um giro
Ia comprar ferramentas
No armazém do Casemiro.
Se considerava um sortudo
Pois no armazém tinha tudo
Pra olaria, roça, pesca e tiro.
 
Enquanto no jardim corríamos
Atropelando os pedestres
Éramos observados de perto
Por entre os pés de ciprestes.
Pelo seu Flor e o seu Neca
Que mesmo recebendo merreca
Em jardinagem eram mestres.
 
E caminhando pelo Centro
Já com pressa nessa altura
Papai ia comprar remédio
Pra dor de cabeça e gastura.
Entrava na farmácia do Chico
Que receitava “salamonico”
E comprimidos de Alicura.
 
Nas festas de Espírito Santo
Todos iam ao Cortejo Imperial
Na loja de dona Ivone Weiss
As moças compravam enxoval.
O belo terno de linho
E camisa com colarinho
Só no seu Rolde tinha igual. 
 
Era na rua do Mercado
Que batíamos fotografia
O Gedalvo fotografava
A Palhoça do dia a dia.
Fosse foto três por quatro
Ou da família um retrato
Era ele e os filhos quem batia.
 
Vivíamos em segurança
Era pequena a delegacia
Também eram bem poucos
Os escritórios de advocacia.
Os advogados de bom nome:
José João e Nereu Ghizoni
As questões judiciais resolviam.
 
Foi o Colégio Ivo Silveira
Que uma educação me deu
Entre tantos mestres queridos
Dona Cléia e seu Amadeu.
Outro mestre de valor
Foi seu Febrônio, o diretor
Que linda história escreveu.
 
Quando se chegava na Praça
Via-se um amigo em cada esquina
Rostos bonitos e confiáveis
Como o da dona Vergulina.
O seu Ari, com o Botafogo vibrava
Do seu Cidinho Zacchi gozava
E a amizade era uma rotina.
 
Fim de tarde e meio-dia
A “homarada” ia no “Bar do Orildo”
Que tinha grande movimento
Por ser um bar conhecido.
Onde por trás do balcão
Brincava o Orildo Cabeção
Que na época era entanguido.
 
Nas quartas e fim de semana
A diversão não era problema
Entre o Cine Pax e o Cine Scharf
O filme a escolher era o dilema.
Para não dormir de touca
Íamos beijar na boca
No escurinho do cinema.
 
Eram boas as tardes de domingo
Nossa juventude hospitaleira
Saía em penca pela Palhoça
Procurando uma domingueira.
Do salão do seu João Rufino
Íamos cortando caminho
Até chegar na Pinheira.
 
Domingo à noite era sagrado
Obedecíamos o mesmo cântico
Todos caminhos nos levavam
Pra Barra no Clube Atlântico.
Correndo o risco de apanhar
Se com uma moça namorar
E com ela não ser romântico.
 
Hoje procuro na Praça Sete 
O sorriso de dona Vergulina
Seu Ari Silveira com seu carro
Sem tirar a mão da buzina
Procuro os velhos cinemas
O cheiro bom de alfazema
O velho telégrafo da esquina.
 
Hoje não a reconheço mais
Rostos são todos estranhos
Nos acotovelamos na Praça
Numa desorganização sem tamanho
Às vezes me refugio na roça
Fugindo dessa nova Palhoça
Como gado sem rebanho.
 
Quando a saudade aperta no peito
Procuro aquela velha cidade
Desejando que valores do passado
Voltem a fazer parte da nossa realidade
E peço que Deus sempre possa
Abençoar essa agitada nova Palhoça
Para que da “velha” eu não morra de saudade.
 
(Do livro "Memória Palhocense", de JJ.Silva)


Publicado em 23/01/2020 - por Beltrano

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