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Editorial - Edição 1.002

 

Enredados

 

Um caso que parecia pequeno e restrito acabou revelando, nesta semana, muito sobre como temos lidado com a informação — e especialmente com as redes sociais — nos últimos tempos. No centro da história está uma rede, mas não a rede social. Uma rede de pesca que se prendeu às calosidades de uma das baleias-francas que visitam o litoral palhocense nesta temporada, promovendo um espetáculo único da natureza, de equilíbrio, diversidade e belas imagens. O caso ganhou novos contornos quando, no final de semana, um surfista teve as imagens divulgadas ao se aproximar da baleia e retirar a rede por conta própria. A cena gerou uma avalanche de reações nas redes sociais — e com ela, mais uma vez, o traço comum da certeza absoluta.

A escalada foi rápida. Em poucos cliques, as pessoas cravaram se o homem estava certo ou errado, sem titubear. A essa ânsia, temos dado o nome de “lacração”. Na terça-feira (15), movimentados perfis das redes sociais já apontavam (erroneamente) quem seria o “herói anônimo” e até uma campanha de arrecadação para o pagamento de uma multa — que nem sequer existe — começou a circular. Enquanto isso, o ecossistema das baleias segue envolto em particularidades, e a cena, por mais impactante que seja, ainda demanda escuta. Há pesquisadores que dedicaram suas vidas ao entendimento do comportamento desses mamíferos gigantes. Mas nada disso parece ter muito peso quando o que se quer é apenas opinar — com contundência e urgência, e quase sempre, com pouca informação.

No fim, talvez reste a reflexão sobre o quanto estamos nos deixando enredar. A rede de pesca que se prendia ao animal é metáfora potente para o que temos construído nas redes sociais: um emaranhado de certezas apressadas, julgamentos instantâneos e verdades que duram o tempo de um clique. Quem dera esse episódio nos inspirasse a pensar, com mais empatia e responsabilidade, sobre o que dizemos, sobre como reagimos e, principalmente, sobre o impacto real de nossas palavras — porque toda rede, seja no mar ou na internet, pode, sim, aprisionar.



Publicado em 17/07/2025 - por Palhocense

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