Por: Willian Schütz*
Moradores dos bairros Alto Aririú e Aririú vêm se manifestando contra as modificações previstas para a avenida São Cristóvão, uma das principais vias da localidade, interligada com a avenida Senhor Bom Jesus de Nazaré, que será cortada pelo futuro Contorno Viário da Grande Florianópolis. Um ato de protesto foi realizado no local das obras na manhã da última terça-feira (28).
“A nossa reivindicação não tem o objetivo de atrasar as obras ou mesmo de querer mudar o trajeto; apenas queremos que seja feito um acesso ou um túnel para que comércios locais e o colégio Nossa Senhora de Fátima não sejam afetados”, diz um munícipe.
Ainda na terça-feira (28), moradores e comerciantes da avenida São Cristóvão e seu entorno apresentaram uma carta aberta à sociedade. Entre os argumentos escritos no documento, estão o forte apelo comercial que a via tem para o bairro, a relevância histórica do local, assim como sua importância religiosa, uma vez que ela se situa próxima à Gruta e à Igreja Nossa Senhora de Fátima.
Conforme o projeto da Arteris Litoral Sul, responsável pelas obras do Contorno Viário, será criada uma intersecção na avenida São Cristóvão, gerando um novo trecho, que deve contar com cerca de 1,3 quilômetro de extensão. O problema é que não há nenhum acesso alternativo nesse entroncamento: a nova rodovia simplesmente irá “bloquear” a principal via de trânsito dos bairros Aririú e Alto Aririú, deixando a comunidade “ilhada”, às margens do Contorno.
Na carta aberta à sociedade, os moradores locais afirmam que “estava prevista a construção de viadutos e elevados” no projeto, e exigem “que a empresa cumpra o que foi acordado”. “Muitos vizinhos se mudaram, um campo de futebol foi destruído. Não queremos mais destruição e isolamento. Queremos respeito, a integração entre os bairros e o direito de ir e vir”, expressam, na carta. “Caso o bairro seja isolado com a interrupção da avenida São Cristóvão, as pessoas da região só terão desvantagens: falta de segurança, falta de transporte público e inviabilização do comércio local”, lamentam, no mesmo documento.
Alternativa
No final do mês passado, o prefeito de Palhoça, Eduardo Freccia, esteve em Brasília (DF), onde se reuniu com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes. Na ocasião, o prefeito Eduardo sugeriu uma medida simples, que resolveria o problema: o deslocamento de um acesso alternativo já previsto no projeto. Ao invés de posicionar o acesso próximo à BR-282, como traz a proposta original da Arteris, a ligação seria construída junto à intersecção com a avenida São Cristóvão.
Apesar dos movimentos da comunidade e do prefeito, nenhuma alteração havia sido concretizada até o fechamento desta reportagem. A Arteris Litoral Sul informou que não pretende se manifestar sobre a questão.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
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