Segurança no suprimento de gás em SC preocupa setor industrial
A segurança no suprimento de gás natural preocupa o setor industrial, responsável por 80% do consumo estadual do insumo. Santa Catarina foi o estado com maior retomada na demanda no país e já se aproxima dos níveis utilizados pré-pandemia, informou o presidente da SCGás, Willian Lehmkuhl, em reunião com o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar. “Precisamos nos preocupar com alternativas para assegurar o suprimento e os investimentos na expansão da infraestrutura, especialmente se no futuro for confirmada a perspectiva de redução nas tarifas”, disse Aguiar.
Antes da pandemia, o consumo de gás natural estava na casa de 2,3 milhões de metros cúbicos diários no estado, acima da capacidade da distribuidora. O total chegou a cair 50% e agora já está novamente em 2,1 milhões de metros cúbicos.
Na reunião, Fiesc e SCGás avaliaram alternativas de curto, médio e longo prazos para enfrentar a questão. Entre as alternativas de curto prazo discutidas, está a importação de gás natural liquefeito em contêineres para atender o setor industrial.
No médio prazo, poderia haver algum incremento na oferta por meio do aumento da pressão do gasoduto Bolívia-Brasil, e no longo prazo, as alternativas passam por ajustes no marco regulatório, para assegurar novos projetos estruturantes na área. “Estamos em um momento importante, pois o reposicionamento estratégico da Petrobras e do governo serão decisivos para o abastecimento deste insumo fundamental para a indústria”, afirma Aguiar.
INVESTINDO AGORA
Apesar das perdas de faturamento acumuladas nos últimos quatro meses por causa da redução da atividade econômica e da possibilidade de que os efeitos da crise sanitária se estendam por mais tempo, uma em cada cinco empresas do estado pretende realizar investimentos ainda durante a pandemia. Esta é uma das conclusões da quarta edição da pesquisa "Impacto do coronavírus nos negócios de SC", realizada por Fiesc, Fecomercio e Sebrae. São 18,9% das empresas entrevistadas que informam estar em busca de crédito para novos investimentos e projetos. É um percentual significativo, pois contrasta com a estimativa de perda de faturamento, que totaliza R$ 36,7 bilhões nos setores pesquisados, o que representa 8,4% do PIB estadual.
Essa redução é de R$ 15,3 bi no comércio, R$ 12,8 bi nos serviços e R$ 8,6 bi na indústria. A análise anterior apresentava que até o final de abril a perda de faturamento em todos os setores tinha sido de R$ 19,6 bilhões. A pesquisa mostra o retorno das atividades econômicas. Um indicador disso é que, com adaptações, 87,5% das empresas já retomaram as atividades, embora de maneira desigual entre os portes, visto que o micro e pequeno negócio apresentam maiores dificuldades.
Publicado em 11/08/2020 - por Luiz Fernando Bond