Festival resgata o astral do Palhostock
O Festival Aracuã, destaque da edição 1004 do jornal Palhocense, celebra os 50 anos de um dos eventos culturais mais marcantes da história da cidade: o Festival Palhostock, realizado em 1974. Naquela década, Palhoça era uma cidade muito diferente, com fortes características provincianas. O Brasil vivia sob um regime militar que impunha controle cultural e cerceava a liberdade de opinião. Foi nesse cenário que o Palhostock (a nossa versão tupiniquim para o Woodstock) colocou Palhoça no mapa da juventude brasileira. Divulgado quase que clandestinamente, o festival atraiu milhares de jovens, em sua maioria hippies, que chegavam de carona, a pé ou de qualquer forma possível, celebrando a paz, o amor e a utopia de um mundo mais livre.
O tema já foi abordado algumas vezes em nossas páginas, sempre com riqueza de detalhes, através dos registros do memorialista João José da Silva, que esteve presente no festival e guarda lembranças marcantes daqueles dias. É inspirador perceber que uma história de mais de 50 anos ainda ecoa entre os jovens. O Festival Aracuã surge como um elo entre gerações, relembrando o espírito contestador e artístico do Palhostock, mas adaptado ao tempo presente e aos novos desafios enfrentados pela juventude.
Que essa conexão entre as notas do passado e do futuro sirva de inspiração. Que os acordes que ecoaram em 1974 possam ajudar a compor uma trilha musical afinada com os tempos atuais, sem esquecer a força de quem um dia ousou desafiar a mesmice e acreditou no poder transformador da arte. Que o Festival Aracuã seja brado de expressão cultural e um convite a sonhar coletivamente um presente e um futuro com mais paz e amor. Por que o tempo passou, mas ainda é o que a humanidade mais precisa.
Publicado em 31/07/2025 - por Palhocense