O conhecimento como bem coletivo
Neste mês de outubro (e quanto a essa data há controvérsias), Palhoça celebra meio século de um de seus espaços mais simbólicos: a Biblioteca Pública Municipal Guilherme Wiethorn Filho. Mais do que um acervo de quase 15 mil obras, o local representa a preservação da nossa história, o incentivo à leitura e a valorização do conhecimento como bem coletivo. São 50 anos de transformações, de endereços que mudaram, mas de uma essência que permaneceu: a de ser um refúgio da palavra escrita e um ponto de encontro entre o passado e o futuro da cidade.
Ainda assim, há uma inquietação que não podemos ignorar: por que um espaço tão importante é desconhecido por boa parte da população palhocense? É provável que muitos sequer saibam onde a biblioteca está hoje. Talvez essa distância seja reflexo de um tempo em que o papel foi trocado pela tela, em que a velocidade das redes substituiu o silêncio das páginas. E é curioso admitir isso — especialmente para nós, um veículo que nasceu no impresso e que tem na tinta e no papel a sua origem —, mas é preciso reconhecer: a leitura também precisa ser reinventada para continuar viva.
A biblioteca tem agora a missão de se aproximar novamente das pessoas. De convidar, de estender a mão e guiar jovens e adultos até suas estantes, mostrando que ali há muito mais do que livros — há sonhos, sabedoria e memória. Que cada visitante reencontre o prazer de tocar, sentir o cheiro, o peso e a textura das palavras impressas. Porque é desse contato que nasce o amor pela leitura e, com ele, o respeito pela cultura. Vida longa à Biblioteca Pública Municipal de Palhoça!
Publicado em 16/10/2025 - por Palhocense