Por: Willian Schütz
Ao longo das gerações, a Festa do Divino Espírito Santo permanece como uma tradição marcada por fé, solidariedade e dedicação. Parte dessa celebração é representada pelo casal festeiro - o “casal imperial”.
Na 133ª edição da festa, o casal imperial Saul e Vania Mattos, junto com a comissão organizadora da Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, conduziram os preparativos e celebrações, fortalecendo o compromisso com a comunidade na continuidade dessa tradição.
O casal que também teve a honra de representar a Corte Imperial na Festa do Divino Espírito Santo de São José, em 2024.
“Foi gratificante. Ver tantas pessoas envolvidas e participando foi emocionante”, destacou Saul, emocionado com a receptividade e a união da comunidade.
Um dos momentos mais aguardados foi o cortejo imperial, realizado nos dias 14, 15 e 16 de junho. Neste ano, a saída se deu na Casa da Cultura (antiga Prefeitura), percorrendo as ruas do Centro e levando consigo a beleza simbólica da corte imperial e a mensagem de fé e devoção.
A edição de 2025 teve um marco histórico: foi a primeira após a conclusão da reforma da Igreja Matriz Senhor Bom Jesus de Nazaré - um dos principais ícones religiosos do município. A estrutura revitalizada acolheu missas solenes celebradas pelo pároco, padre Leandro, e pelo vigário, padre João, além de apresentações musicais com artistas locais, atividades culturais, desfiles e o tradicional show pirotécnico.
A festa foi encerrada em 16 de junho, com a missa solene presidida pelo Bispo Auxiliar de Florianópolis, Dom Onécimo Alberton.
Patrimônio cultural
Outro destaque da edição foi o reforço do apoio institucional da Prefeitura. Neste ano, a Festa do Divino foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial de Palhoça. Com essa titulação, a festividade recebe respaldo legal e passa a ter ainda mais destaque como expressão viva da cultura açoriana no município.
Legado cultural
A Festa do Divino Espírito Santo é uma tradição que remonta ao século XIV. Criada em 1321 por Isabel de Aragão, rainha de Portugal, como promessa ao Espírito Santo pela paz entre o rei Dom Dinis e seu filho, príncipe Afonso, a celebração se tornou um símbolo de fé e reconciliação.
Trazida ao Brasil por volta de 1748 pelos colonizadores açorianos, a festa se enraizou na cultura catarinense e, atualmente, é reconhecida como Bem do Patrimônio de Natureza Imaterial no Estado de Santa Catarina, em virtude de seu valor histórico, religioso e cultural.