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Coronavírus: álcool gel já em falta no comércio

Máscaras descartáveis também têm desaparecido das prateleiras

201b2510b345556bb1bd4d4fa4241d46.jpg Foto: SOFIA MAYER

Com sete casos do novo coronavírus (Covid-19) confirmados em Santa Catarina até o fim desta segunda-feira (16), muitos moradores de Palhoça têm relatado dificuldades em seguir às recomendações médicas e de especialistas. Álcool gel e máscaras hospitalares, por exemplo, chegam às farmácias em quantidades muito limitadas e não dão conta da alta demanda de clientes. Profissionais afirmam que o desconhecimento em relação aos procedimentos de uso pode ajudar a causar o déficit. 

Duas unidades foram o número de potes de álcool gel que chegaram, no último abastecimento de estoque, para uma das farmácias do Centro da cidade. Um dos recipientes ficou no próprio estabelecimento, para uso dos funcionários e clientes - como recomendação da própria Prefeitura, em nota lançada na sexta-feira (13) -, e a outra foi vendida para uma das quase 300 pessoas que passam, por dia, em busca do produto. As versões portáteis do produto, normalmente utilizadas para levar em bolsas e mochilas, vieram em um número um pouco maior: seis unidades, que acabaram em um único dia. 

Em grande parte dos estabelecimentos visitados pela reportagem na região central da cidade, a situação é a mesma. Em outra farmácia, o recebimento de produtos foi um pouco maior, com 60 unidades de álcool gel que acabaram na própria sexta-feira (13) - dia em que chegaram. Máscaras hospitalares também estão em falta no local.

A consumidora Luana Helena de Jesus descreve a batalha que travou para conseguir comprar álcool gel como “uma loucura”. Depois de passar o dia visitando farmácias, ela pegou a última unidade do produto em uma loja de variedades, no Centro da cidade. 

A venda de máscaras descartáveis também tem crescido com a pandemia. Em um estabelecimento de produtos hospitalares, o movimento mais do que dobrou depois dos primeiros casos de coronavírus da Grande Florianópolis: hoje, cerca de 300 pessoas vão à loja em busca de álcool e máscaras, fora as ligações e mensagens que os atendentes recebem diariamente. No último abastecimento, foram contabilizadas 12 caixas de máscaras e 10 caixas de álcool gel, com 12 unidades cada. 

 

Aumento abusivo

Com a demanda expandindo, alguns estabelecimentos aproveitam para colocar os preços nas alturas. Em uma farmácia, 30ml de álcool em gel chegou a ser visto custando 15 reais. Em nota técnica do Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC), divulgada nesta segunda-feira (16), o Centro de Apoio Operacional do Consumidor alerta os fornecedores que o aumento abusivo de preço é crime. 

 

Orientações

Como o vírus possui uma espécie de “capa protetora” feita de lipídios (gordura), o álcool trabalha dissolvendo essa proteção e eliminando o vírus. Mesmo com uso do produto, especialistas incentivam a lavagem das mãos com sabonetes antissépticos, tendo em vista que eles são surfactantes e eficientes na remoção de gordura. Para quem ainda não conseguiu comprar álcool gel nas farmácias, a dica é tomar atenção ainda maior na lavagem.

Informações pouco claras têm feito pessoas utilizarem máscaras faciais sem necessidade, ocasionando na falta do artefato para quem realmente precisa. A orientação é que o uso das delas seja restrito a quem apresenta sinais e sintomas da doença, como febre alta, dispneia (falta de ar), tosses e espirros. “Somente familiares de pessoas que estão contaminadas, na hora de prestar uma assistência a eles, devem utilizar máscara”, complementa Karine Furlan, enfermeira no Hospital Nereu Ramos, de Florianópolis, e professora de Enfermagem na Unisul. Segundo a profissional da saúde, pessoas assintomáticas podem até se contaminar com o uso errado do artefato: “Se tu usa a máscara, retira e não faz a higienização correta das mãos, e leva a mão ao nariz, boca ou olhos, você pode acabar se contaminando”. 

Máscaras cirúrgicas N95, conhecidas como “bico de pato”, são exclusivas para o uso de profissionais da saúde no atendimento de pacientes com comprovação ou suspeita do Covid-19.

Furlan fala, ainda, que o mais importante para conter a propagação do vírus é que as pessoas evitem aglomerações e visitas a pessoas idosas ou com doenças crônicas, além da higienização correta das mãos. “Outra coisa muito importante é a etiqueta da tosse e do espirro. Não precisa estar de máscara para que sua tosse e espirro sejam seguros. Basta utilizar o antebraço para espirrar ou tossir, e, imediatamente depois, fazer a higienização das mãos e do antebraço”.


Baixa nos estabelecimentos

Nos primeiros dias de Covid-19 no estado, estabelecimentos comerciais já têm sentido queda de movimento. Com a recomendação do Ministério da Saúde de que a população evite sair de casa, restaurantes são alguns dos lugares que mais enfrentam baixa na clientela. No domingo (15), um restaurante localizado no Centro de Palhoça registrou um movimento de apenas 50% do considerado normal para a época; na segunda feira (16), a clientela seguiu abaixo do habitual. Pessoas com máscara já são vistas em locais fechados como restaurantes.

Dentre outras medidas, a Prefeitura de Palhoça determinou a proibição de eventos que reúnam mais de 200 pessoas em local aberto ou fechado; a recomendação ao comércio, em geral, para que disponibilize álcool em gel para os consumidores; e a suspensão das aulas em escolas municipais.

 

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