49844a873082a5a740d63f100879be67.jpg Governador lança Programa Pescados SC, o maior pacote de incentivo à pesca e à aquicultura

aee14ec62eba4bf0b5bd0d2be9dd533d.jpeg Investir em saneamento é garantir saúde pública e economia

d7f6eb3f1f1be56beb03b792e3f1e5ab.jpeg Atenção: Águas de Palhoça recomenda a beber somente água tratada

bf414edd215f47ce6b8877a921c2ec60.jpeg Ligações clandestinas de água: um mal que afeta toda a cidade

748ba7693efa2545c4b5bfb94ba8cfdc.jpg Atlântida Celebration estreia em breve com festival que conecta gerações em uma celebração épica

8967df9f6a5353ca906cb0ff274c8c98.jpeg Literatura e jornalismo: história do jornal Palhocense marcada por participação em obras literárias

dcb8d9af21b1cf28b422c83d81d1e880.jpeg Cavalo criado por palhocense vence competição na Riviera Francesa

29b1fd325aa17e0eb7cdd6721495ae58.jpeg Espetáculo “sAgrado”, solo do ator João Tomaz Santos, tem apresentação gratuita no CEU

9a7fa883e8f2a436b5a6b818ac7a5772.png Toca Raul: Orquestra Sinfônica de SC homenageia o Maluco Beleza

4e85e8ae5b7b5c79f13e58aa07b84754.jpeg Palhoça Esporte Clube conquista vaga na final da Copa Catarinense de futsal

76adce2ea889ba973ea6ae3b5dd5acdb.jpeg Estudantes de escola da Pinheira recebem aula sobre o Programa das Reservas Mundiais de Surf

98f64f922d5088f4af02521aea55f038.jpeg Prefeitura de Palhoça sedia reunião com foco no desenvolvimento do surfe

58892e7bdaec8181d4f850e541712197.jpg “Investir no esporte é investir em qualidade de vida”

Quando esporte simboliza uma competição pela vida

Para o paratleta Geraldo Rodrigues, a atividade física é literalmente um sinônimo de “vida”

8b32b01ad1b3c997e206687fdcbef6d7.jpg Foto: LUCIANO SMANIOTO

Geraldo Rodrigues sentiu o gostinho de conquistar uma medalha pela primeira vez durante a fase regional Rio-Sul do Circuito Brasil Loterias Caixa de paratletismo, disputada entre os dias 13 e 14 de abril, em Curitiba. Foi a coroação de um esforço diário em nome de uma competição muito mais importante: para ele, atividade física é literalmente um sinônimo de vida.

Em 2017, a rotina de Geraldo, morador do São Sebastião, foi alterada radicalmente após um diagnóstico médico: mielite transversa (inflamação que afeta a medula espinhal e bloqueia a transmissão de impulsos nervosos) de origem bacteriana. “Fiquei paraplégico, fiquei um tempo de cadeira de rodas”, relembra Geraldo.

Mesmo nos momentos mais difíceis, manteve a atitude positiva. “Não sofri, não tive depressão. Acho que as pessoas que gostam de mim sofreram muito mais do que eu”, observa. Certamente, essa postura foi - e continua sendo - fundamental para a “virada de mesa”. Geraldo passou o ano fazendo tratamento médico - ainda faz: tem acompanhamento de médica ortomolecular, infectologista e neurologista; e é “cobaia” de estudantes de Fisioterapia. O tratamento surtiu efeito e em 2018 retomou a mobilidade nos membros inferiores, com grande ajuda das aulas de hidroginástica na Unisul, na Pedra Branca. “Não era para eu ter voltado a andar, ninguém explica, nem eu mesmo entendo”, observa.

Difícil, mesmo, é explicar onde busca tanta energia para cumprir a rotina diária de exercícios físicos. E não é apenas uma questão de “aprimorar a forma”. É uma competição cotidiana pela vida: toda noite, a musculatura atrofia. “Eu dormia, zerava toda a minha musculatura. Eu acordava em posição fetal e levava uns 15 minutos para ficar em pé; e para andar, uma meia hora”, recorda. Por isso, precisa fazer muito esforço todos os dias para manter a mobilidade e não voltar para a cadeira de rodas. Hoje em dia, a taxa de atrofia gira em torno dos 20% a 30%; antes, era de 100%. “Tenho uma doença degenerativa, todo dia eu tenho que treinar. Um dia que eu fique sem treinar ou sem uma suplementação, uma reconstrução celular, eu já começo a ficar de novo atrofiado”, detalha.

Mas Geraldo não se limitou a voltar a andar; este ano, ele se transformou em um atleta. Desde o início, a doença não o impediu de trabalhar (tem uma empresa de ar condicionado); nem no hospital foi capaz de deixar o trabalho de lado! E foi em um dia de trabalho que conheceu Fábio Araújo Martins, treinador que orienta atletas e paratletas em Biguaçu. Foi dele que partiu o convite para começar a competir no paratletismo. Era um desafio. Antes da limitação física, Geraldo era um “atleta de garagem”. Costumava pedalar e já tinha uma rotina regrada, sem bebida alcoólica, sem noitada, sem drogas, como todo bom atleta deve ter. Mas daí a encarar competições paralímpicas, aos 40 anos de idade (completou 41 no dia 11 de abril), parecia um horizonte muito distante.

O destino se encarregou de indicar o contrário, seis meses depois. Bastaram cinco semanas treinando uma vez por semana para encarar a primeira competição, a regional do Circuito Caixa, junto com as feras do paratletismo do Sul do país. Não tinha expectativa de pódio, foi apenas pela experiência de competir, mas quem tem o DNA da vitória nas veias não se intimida. Geraldo passou pela banca examinadora (que atesta a limitação física, requisito necessário para competir em esportes paralímpicos), entrou na classificação 38, competiu na corrida, no arremesso de dardo e no arremesso de peso, prova em que conquistou o bronze. “Sabe o que é tu viver um sonho que tu não sonhou? Eu vivo um sonho não sonhado”, comenta. “Que virada, de paraplégico para atleta”, diverte-se.

Mas os treinos não são nada “divertidos”. Depois da experiência positiva em Curitiba (PR), Geraldo procurou a Fundação Municipal de Esporte e Cultura (FMEC) de Palhoça e disse que gostaria de disputar os Parajasc (principal competição paralímpica amadora em Santa Catarina). Foi, então, encaminhado para o personal trainer Thiago Passos, responsável pela preparação física de atletas que representam o município em competições. Na sua academia, no Aririú, Geraldo faz um treinamento específico para os esportes que pratica. E não tem essa de “pegar leve” com atleta paralímpico. “Ele estava treinando sozinho e não conseguia chegar ao limite dele, falei que a intenção do treino é esta, exigir dele, levar ele até o limite, até porque atleta precisa desse estímulo, sai daquele treino rotineiro e tem que treinar em mais alto nível. Mas ele treina bem”, atesta o professor. “Eu me cobro muito, tenho que fazer valer o apoio que a Prefeitura está me dando, não estou aqui a passeio, tem muita gente envolvida”, diz Geraldo.

E toda essa determinação do atleta com a preparação física já está se refletindo nos treinamentos. “Já influenciou diretamente no treino. Em duas semanas com o Thiago, eu aumentei quatro metros a distância do arremesso”, destaca Geraldo. Até os Parajasc, em outubro, essa distância deve aumentar ainda mais. No horizonte, medalhas e índices se vislumbram. Não há limite para quem desafiou a própria limitação física em nome do esporte.



Tags:
Veja também:









Mais vistos

Publicidade

  • ae88195db362a5f2fa3c3494f8eb7923.jpg