Em busca do sonho olímpico, o pugilista palhocense Leonardo Sadi Weiss vai voltar aos ringues neste sábado (9), para disputar a quarta etapa da Copa SC de Boxe, em Braço do Norte. É a primeira competição oficial que o jovem atleta de 21 anos disputa desde a grave lesão na coluna sofrida em outubro de 2021.
Léo Weiss despontou como uma promessa do boxe brasileiro ainda garoto – literalmente. Os primeiros passos no mundo do pugilismo vieram a tiracolo de uma paixão compartilhada com o pai, Rodrigo Weiss. Os dois não perdiam uma luta de feras do ringue como Mike Tyson e assistiam com especial interesse à saga de Rocky Balboa, o pugilista da Filadélfia eternizado no cinema pelo ator Sylvester Stallone.
A paixão foi levada a sério, e não demorou muito para Léo Weiss trocar os primeiros golpes em uma carreira precoce que iniciou aos 8 anos de idade e chegou a contar com 22 lutas invictas – no total, foram 65 lutas, com 55 vitórias e 8 títulos conquistados em 14 finais disputadas. O garoto do Aririú virou referência nacional, havia sido pré-convocado para a Seleção Brasileira e estava a caminho de buscar uma vaga nas Olimpíadas de Paris 2024, mas a trajetória foi interrompida durante um treinamento, quando corria na rua e acabou sofrendo uma queda, fraturando em duas partes a vértebra L3 da coluna lombar, em outubro de 2021.
De lá pra cá, foram 38 meses parado, cercados de “muitas incertezas e dúvidas”, relata o pai. “Mas Deus sabe de tudo e está nos dando uma segunda chance no esporte. Só temos a agradecer a ele e à nossa equipe, que nesse período todo nunca nos abandonou e segue do nosso lado em busca do objetivo olímpico”, diz Rodrigo. Pai e filho fazem agradecimentos especiais ao doutor Marcio Papaleo, que operou o jovem atleta em 2022 (um parafuso e dois ganchos dão a sustentação para que o jovem pugilista consiga voltar a competir em alto nível), e ao fisioterapeuta Giuliano Manrich, que acompanha o atleta desde 2015. “Doutor Papaleo foi um anjo na minha vida e o doutor Giuliano é meu guia”, expressa Léo.
Os trabalhos de fisioterapia, musculação e readaptação ao boxe são diários, com três turnos ao dia, de segunda-feira a sexta-feira. Aos poucos, foram aumentando a carga dos treinos de boxe e em 2025 Léo começa a retornar à vida de atleta de alto rendimento. “Já fizemos alguns sparings, com resultados surpreendentes”, comemora Rodrigo.
O nível de competição neste momento da caminhada olímpica será testado pela primeira vez no sábado (9), em Braço do Norte. No card oficial da Copa SC, Léo Weiss vai competir na categoria Masculino Elite, peso até 70kg. Representando a Quintana Boxing, ele encara Rangel Ferreira, de Navegantes, em uma luta de três rounds de três minutos. “Encaro esta luta mais como um teste, para sentir o corpo e ir pegando o ritmo da competição de novo. A minha última luta foi em novembro de 2021, desde então nunca mais subi no ringue para competir”, explica o atleta de Palhoça.
Fora do ringue, quem estará observando com atenção o desempenho do atleta é a fera do MMA Kevin Souza, que desfilou seu talento em palcos como o Ultimate Fighting Championship (UFC), o Jungle Fight e o Bellator. Especialista no boxe, Kevin vem orientando Léo Weiss desde janeiro. “Já conheço o Kevin há anos, ele me treinou quando eu era mais novo também, e agora está me dando essa força para voltar 100%”, conta Léo.
É apenas o início de uma jornada que tem como destino os Estados Unidos, em 2028, na Los Angeles olímpica. “As expectativas são as melhores possíveis. Lógico, sempre com o pé no chão, com muita calma, porque estou em uma fase em que não dá pra errar, não dá para ‘se emocionar’ e botar a carroça na frente dos bois. Mas tenho certeza de que, fazendo tudo direitinho e com calma, quando a oportunidade aparecer novamente, vou agarrar com unhas e dentes e não vou deixar escapar”, projeta Léo Weiss, otimista.
Quem sabe, pai e filho poderão celebrar o Dia dos Pais, neste domingo (10), revisitando os velhos filmes da saga do “Garanhão Italiano”, o “Orgulho da Filadélfia”, animados por um reinício vitorioso nos ringues e embalados pela meta de conquistar, na Meca do cinema, a Los Angeles dos estúdios de Hollywood, a tão sonhada medalha olímpica.