Por: Willian Schütz
Para além das belezas naturais e do constante desenvolvimento, Palhoça é uma cidade marcada por personalidades distintas. A cada cenário da cidade, um personagem cativo marca presença e se torna parte do cotidiano. Ao longo das décadas, o Palavra Palhocense contou com muitas dessas pessoas de forma direta e indireta. Já são quase mil edições e incontáveis páginas pelas quais já passaram rostos de muitas figuras que marcaram a história recente da cidade. Uma dessas pessoas é Orildo João da Silveira Filho, que muitos conhecem como “Cabeção”.
Quem passa regularmente pela famosa Praça Sete de Setembro, na esquina próxima ao bar e lanchonete da Dona Maria, já deve ter se encontrado com ele. Orildo é figura cativa nesse ponto histórico da cidade, onde costuma ter como companhia inseparável um jornal e algum aparelho fotográfico — hoje em dia, geralmente o celular. É ali que ele encontra os amigos, leitores e conhecidos que vêm e vão pelo Centro.
O Cabeção que muitos conhecem fez parte da história do Palavra Palhocense por anos. Foram nessas páginas que ele registrou muito do cotidiano de Palhoça, através de notinhas e fotos dos eventos, encontros de amigos e leitores. Assim, com toda simplicidade e irreverência do autor, era feita a “Coluna do Cabeção”, que saía semanalmente no Palhocense.
Com um jeito enfático de se expressar e interesse genuíno pelos eventos ocorridos na cidade, Orildo contou à reportagem atual do Palavra Palhocense detalhes dessa história de amor por Palhoça, pelas pessoas e pelo colunismo.
Com humor tão em dia quanto suas informações sobre o cotidiano local, Cabeção confessa que é colunista social há tanto tempo que nem sabe precisar a data em que começou a escrever para jornais. “A minha ida para escrever em jornal começou há bastante tempo. Teve uma época em que parei, mas depois voltei. A data certinha, não sei dizer”, salienta.
E não foi só no Palavra Palhocense. Orildo também escreveu para outros jornais, como o “Jornal Vip” e “O Expresso”, ambos de Santo Amaro da Imperatriz. Hoje, ele está no “Top News”, de Palhoça.
Mesmo sem recordar quando foi, Cabeção lembra o que o motivou a se tornar colunista: o incentivo de amigos. Já a relação dele com o jornalismo também é antiga, pois sempre gostou de ler jornais da região. “Foi por indicação de amigos, que me deram a ideia. Eles diziam: ‘Por que tu não escreves?’. E eu fui, comecei assim”, recorda.
Entre as muitas histórias que guarda, uma das mais marcantes é a parceria com o editor-chefe do Palavra Palhocense, Alexandre Bonfim. Afinal, por aqui ele também fez vários amigos. “Foi uma vida... uma vida que eu trabalhei com o irmão Alexandre. Nesse tempo, eu tive muito aprendizado. Ganhei mais chances do que eu imaginava que teria na vida. Se eu tivesse que conquistar aquilo tudo sozinho, levaria muitos anos. E o maior aprendizado que tive foi justamente este: ganhar oportunidades através dele. Ele me deu o que eu precisava para sobreviver”, afirma.
“Gratidão, gratidão, gratidão. Foi uma palavra que aprendi com o Alexandre e que levo comigo até hoje. Gratidão ao jornal Palhocense”, conclui Cabeção.
A trajetória de Orildo é parte não só da história do Palavra Palhocense, mas também da história de Palhoça: contada em pequenos gestos, olhares atentos e textos cheios de afeto. Entre fotografias, colunas e encontros, Cabeção segue sendo parte viva da cidade — com um jornal na mão, um sorriso no rosto e sempre uma novidade ou uma brincadeira para compartilhar.