
Meio ambiente e surfe: identidade
Nem o vento sul e nem o mar desordenado tira o brilho da etapa final da Taça Brasil de Surf, que transforma a nossa Guarda do Embaú na capital brasileira do esporte nesta semana. Mesmo com a chuva e o mar agitado, o evento trouxe à tona algo maior do que as condições climáticas: o orgulho e a responsabilidade de sediar uma competição desse porte em uma cidade que abriga a única Reserva Mundial de Surf do Brasil. Palhoça relembra ao país seu potencial como cenário de grandes eventos e como guardiã de um patrimônio natural que vai muito além das ondas.
A Taça Brasil na Guarda pode ser um lembrete do quanto o título de Reserva Mundial pode, e deve, inspirar políticas de preservação e educação ambiental. Sem desmerecer os talentos que estão na água, o verdadeiro destaque vem das ações ambientais paralelas, como o monitoramento da qualidade da água do Rio da Madre, o Save The Waves Film Festival e o plantio de mudas nativas da restinga. São exemplos concretos de que o surfe pode ser um instrumento poderoso de conscientização e transformação.
Em uma das placas artesanais na trilha da Guarda do Embaú se lê: “É impossível ser surfista e não ser ambientalista”. O mar ensina respeito e revela a força da natureza em seu estado mais puro. Cabe agora à cidade, às escolas e às autoridades locais fazer com que esse espírito se estenda além das competições, transformando o título de Reserva Mundial em um projeto vivo de educação, preservação e orgulho coletivo. Que a passagem da Taça Brasil pela Guarda do Embaú deixe marcas mais profundas do que as pegadas na areia — que seja um pacto de amor e compromisso com o ambiente que define nossa identidade.
Publicado em 30/10/2025 - por Palhocense






