Por: Willian Schütz
Representante de Palhoça, a Nação Guarani foi a primeira escola de samba a desfilar na Passarela Nego Quirido, na sexta-feira (28), abrindo o Carnaval 2025 com um enredo que exaltava as ancestralidades indígena e africana. Completando 15 anos de história, a agremiação homenageou seu fundador, Márcio Schitz, falecido há um cerca de mês. Apesar da beleza plástica e da potência cultural do desfile, a escola ficou na penúltima colocação. A apuração ocorreu no domingo (2), confirmando a vitória da Consulado, campeã com 269,1 pontos; a Nação Guarani ficou em nono lugar, com 259,6 pontos.
A agremiação de Palhoça sofreu punições que comprometeram a nota final. A principal penalização foi aplicada pela Comissão Permanente do Carnaval, devido ao número insuficiente de ritmistas na bateria. A escola desfilou com 97 integrantes, abaixo do mínimo exigido pelo regulamento, que é de 120 ritmistas.
Mesmo diante do resultado, o samba-enredo "Os Filhos do Tambor – Espíritos Indígenas, Mensageiros dos Orixás" encantou o público ao celebrar as tradições espirituais de povos nativos e afro-brasileiros. O enredo levou à passarela elementos sagrados da natureza e evocou a força dos orixás, como Xangô e Obatalá.
“Gostaria de expressar nosso profundo agradecimento a todos que fizeram parte deste processo de montagem do maior espetáculo da Terra. Realizamos um desfile magnífico, considerado o mais belo de toda a trajetória da escola. Esse sucesso é resultado do trabalho coletivo, da paixão e do comprometimento de cada um de vocês. Parabéns a todos pelo feito histórico”, publicou o perfil oficial da Nação.
O desfile também destacou a importância da conexão com a terra, as florestas e os ritmos sagrados, promovendo uma mensagem de resistência e valorização das tradições ancestrais.
Sob a direção da carnavalesca Kika Rosa, a Nação organizou o desfile em três setores temáticos: "A Dança dos Espíritos", com a Comissão de Frente encenando um ritual de pajelança, reverenciando os conhecimentos e crenças indígenas; "Os Orixás", representando as divindades afro-brasileiras e sua força espiritual na natureza; além de "Festa da União", em celebração à resistência cultural e a história da própria escola, com referências a sambas antológicos da Nação Guarani e uma homenagem ao fundador.
A Nação Guarani segue com foco. A escola já está de olho nos preparativos para o ano que vem. “Que venha o Carnaval 2026! Estaremos ainda mais preparados, unidos e determinados a superar novos desafios e brilhar ainda mais. Com a força de nossa comunidade e a energia de nosso samba, seguiremos escrevendo nossa história com alegria, garra e muito brilho”, afirma em nota.
13/03/2025
07/03/2025