A ingestão de bebidas alcoólicas contaminadas por metanol, substância tóxica usada ilegalmente em destilarias clandestinas, tem provocado casos graves de intoxicação em todo o país. O alerta é da Tempo Med Planos de Saúde, que reforça a necessidade de atenção aos sintomas que podem ser facilmente confundidos com os de uma ressaca comum, atrasando o diagnóstico e colocando a vida do paciente em risco.
Segundo o Dr. João Paulo Mello da Silveira, especialista em Medicina de Família da Tempo Med Planos de Saúde, o primeiro passo é observar o tempo de duração dos sintomas e a presença de sinais neurológicos e visuais.
“Na ressaca, o mal-estar surge algumas horas após o consumo, com dor de cabeça, náusea e cansaço, mas tende a melhorar em 12 a 24 horas, com hidratação e descanso. Já na intoxicação por metanol, os sintomas aparecem de forma mais lenta e se agravam com o passar do tempo, trazendo visão borrada, confusão mental e desorientação. Esse é o sinal vermelho para procurar um pronto-socorro imediatamente”, explica.
O metanol é um álcool industrial utilizado na fabricação de solventes, combustíveis e produtos de limpeza. Quando ingerido, é convertido pelo fígado em ácido fórmico, uma substância altamente tóxica que pode causar cegueira irreversível, danos neurológicos e até morte. Pequenas doses de metanol puro, de cerca de 10 mililitros, já são consideradas potencialmente fatais.
“O grande perigo é que a pessoa acredita estar apenas de ressaca, quando na verdade está intoxicada. Se os sintomas persistirem após seis horas ou piorarem depois de 12, é fundamental buscar atendimento médico presencial”, reforça o médico.
Como reconhecer os sinais de intoxicação
Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos de uma ressaca, mas a evolução costuma ser mais intensa e demorada.
Entre os principais sinais estão:
* Visão borrada, manchas escuras ou cegueira parcial ou permanente
* Dor abdominal intensa e náuseas
* Sonolência excessiva, confusão mental, tremores ou convulsões
* Dificuldade para respirar e alterações na frequência cardíaca
Nesses casos, o atendimento deve ser feito em ambiente hospitalar, pois o tratamento exige a administração de medicamentos específicos que bloqueiam os efeitos tóxicos do metanol e corrigem o desequilíbrio metabólico causado pela substância.
Como evitar a intoxicação
O Dr. João Paulo Mello da Silveira reforça que a prevenção é a principal medida de segurança.
“É essencial desconfiar de bebidas vendidas a preços muito baixos ou sem rótulo, e priorizar sempre produtos lacrados e comprados em locais de confiança. Nenhuma economia vale o risco de perder a visão ou a vida”, alerta o especialista.
Entre as medidas preventivas recomendadas estão:
* Evitar o consumo de bebidas de origem duvidosa
* Comprar apenas produtos com selo fiscal e lacre de fábrica
* Reduzir o consumo de álcool, especialmente em locais sem fiscalização sanitária
* Estar atento a sintomas persistentes ou agravados após o consumo
Denúncia ao Procon
A Tempo Med Planos de Saúde também reforça a importância da denúncia. Caso o consumidor identifique bebidas suspeitas, adulteradas ou com procedência duvidosa, deve notificar imediatamente o Procon do estado. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 151, disponível na maioria das regiões do país, ou por meio dos canais digitais de cada unidade estadual.
“Denunciar é uma forma de evitar que outras pessoas sejam expostas ao mesmo risco. As autoridades têm mecanismos para recolher e analisar amostras suspeitas”, ressalta o médico.
A instituição reforça que o atendimento precoce salva vidas. A identificação rápida dos sintomas e a busca imediata por ajuda médica são fundamentais para reduzir complicações graves e garantir o tratamento adequado.
Casos em cidades próximas reforçam o alerta
Em Piên (PR), cidade localizada na divisa com São Bento do Sul (SC), um caso suspeito de intoxicação por metanol está sendo investigado após o consumo de bebida alcoólica no último fim de semana. A Vigilância Sanitária apura a origem do produto e alerta para os riscos de bebidas de procedência desconhecida. Segundo o Ministério da Saúde, até a última sexta-feira*, o Brasil registrou 29 casos confirmados e *217 em investigação de intoxicação por metanol, evidenciando a gravidade do problema e a urgência de prevenção e denúncia. 73,73% dos casos investigados são no estado de São Paulo. Em relação aos óbitos, cinco foram confirmados no estado de São Paulo e 12 seguem em investigação. Aqui em Santa Catarina até o momento todos os casos investigados no Estado foram descartados segundo o governador Jorginho Mello (PL).
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