“Você sabia que os dentes quase nunca se tocam? Desencoste seus dentes!” Essas são as principais dicas do material de conscientização que alunos e professores de Odontologia da Unisul entregaram nesta terça e quarta-feira (7 e 8), nas ruas de Palhoça, chamando atenção para o bruxismo em vigília, ou Bruxismo Diurno. Pesquisadores calculam que nos próximos anos a doença vai superar a cárie em problemas dentários.
Segundo a professora Keila Cristina Pereira, estudos indicam que cerca de 80% da população brasileira aperta os dentes. O bruxismo em vigília é uma atividade dos músculos mastigatórios que ocorre quando a pessoa está acordada, mantendo os dentes encostados, apertados ou rangendo. Alguns movimentos mandibulares não funcionais, mesmo sem contato dental também podem ser incluídos como bruxismo em vigília, como o ato de morder os lábios. Dores de cabeça, na mandíbula ou no pescoço, além do desgaste e fraturas nos dentes e nas restaurações, ou ainda retrações de gengiva, sensibilidade das raízes dentais, problemas em próteses e implantes são algumas das consequências do hábito.
As causas mais comuns da doença estão relacionadas ao estresse, à ansiedade e à concentração. É diferente do bruxismo do sono (noturno), bem mais conhecido e que tem suas consequências controladas por placas oclusais. “Podem acontecer casos em que as pessoas nem percebam que estão apertando muito os dentes, como, por exemplo, em atividades físicas realizadas nas academias de musculação, ou ainda, quem fique muito tempo em uma fila no trânsito, se isso for um fator elevado de tensão”, explica Keila. Segundo o professor Roberto Ramos Garanhani, o controle do bruxismo em vigília depende da conscientização sobre este hábito postural errado, pois muitos indivíduos acreditam que o “correto” é manter seus dentes em contato.