A ausência de uma rede de esgoto adequada vai muito além do desconforto visual e do mau cheiro. Ela impacta diretamente na saúde pública, no meio ambiente e até mesmo nos níveis de escolaridade da população. A constatação é reforçada por Reginalva Mureb, presidente da Águas de Palhoça, concessionária responsável pelo serviço no município. Palhoça conta hoje com 12% de cobertura de coleta e tratamento de esgoto na cidade e prevê ampliar o serviço ao longo dos próximos anos.
Segundo a executiva, o acesso ao saneamento básico, especialmente ao serviço de coleta e tratamento de esgoto, traz benefícios que transformam realidades. “Além de prevenir doenças e reduzir a poluição dos corpos hídricos, o saneamento contribui para avanços significativos na educação”, explica Reginalva.
De acordo com estudos do Instituto Trata Brasil, crianças que vivem em áreas com infraestrutura de esgoto adequada chegam a ter, em média, dois anos a mais de escolaridade do que aquelas que moram em regiões sem esse serviço. Isso ocorre porque ambientes insalubres favorecem a disseminação de doenças, o que acarreta em faltas escolares frequentes — especialmente entre estudantes em situação de vulnerabilidade social.
Os dados revelam um cenário preocupante: cerca de 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à coleta de esgoto. Apenas 49% de todo o esgoto gerado no país recebe tratamento. No cenário global, a situação também inspira atenção. Um relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) aponta que 60% da população mundial não tem acesso a um sistema de saneamento seguro.
Melhorar o acesso ao saneamento básico é uma prioridade que exige investimentos públicos e privados, planejamento urbano e políticas públicas eficazes. “O saneamento é um pilar fundamental para a cidadania e para o desenvolvimento social de Palhoça”, completa Reginalva.
14/08/2025
14/08/2025