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Após relaxamento: novas preocupações, novo decreto

Registros de aglomerações e descumprimento de determinações de saúde pública colocam Palhoça em alerta para expansão descontrolada da Covid-19

bbdd801da2dd02c0e452ec5a8ac4df04.jpeg Foto: ADRIEL DOUGLAS/PMP/DIVULGAÇÃO

Por: Sofia Mayer*

 

O último final de semana, marcado por praias lotadas e muita gente sem máscara, escancarou um cenário de desmobilização em relação aos cuidados necessários para o enfrentamento do novo coronavírus em Palhoça. Em meio à escalada de casos no município, os episódios repercutiram no Poder Público municipal, a ponto de um decreto, com novas restrições, ser publicado nesta terça-feira (23) pelo prefeito Camilo Martins (PSD). De acordo com o pacote de medidas, desde quarta-feira (24) está proibida a permanência de pessoas e a prática esportiva coletiva em parques, praças, espaços públicos ou comunitários de lazer, quadras poliesportivas, playground, academias ao ar livre, praias, orlas e cachoeiras. 

O Decreto 2.604/2020 seguirá em vigor por, pelo menos, sete dias, quando uma nova avaliação será realizada. Dentre as medidas - mais contidas do que as regras adotadas, também nesta semana, na capital do estado -, ainda fica determinado que estabelecimentos como restaurantes, food parks, bares, supermercados e conveniências funcionem com horário restrito das 6h às 23h, sob pena de sanções legais e eventual cassação do alvará de funcionamento. Depois disso, o estabelecimento somente poderá atuar no sistema de tele-entrega.

As ordens surgem em um momento de ascensão no número de ocorrências da Covid-19 no município, que apresenta 521 confirmações, segundo o boletim divulgado pela Prefeitura nesta quarta-feira (24). Cinco mortes já foram confirmadas por autoridades de saúde de Palhoça, das quais, quatro já integram os boletins diários do estado. 

Embora a determinação para o uso de máscaras em espaços públicos e privados de Palhoça siga valendo desde 25 de maio, bem como adoção de medidas de higiene e distanciamento social estabelecidas nas portarias estaduais SES nº 256, 257 e 258 de 2020, há quem tenha sentido uma espécie de abrandamento nas ações de fiscalização nas ruas e estabelecimentos da cidade. É o caso de uma moradora do Pagani, que afirma estar apreensiva com a baixa aceitação da população quanto ao uso do equipamento de proteção individual (EPI) obrigatório. Ela faz uma comparação com a vizinha Florianópolis, afirmando que “grande parte das pessoas estão seguindo as regras de contenção da Covid-19 na capital”. “E pensando sobre Palhoça, se formos nas praças ou em bairros, a maioria está sem máscara”, comenta. 

A leitora Lígia Steinert também tem estado preocupada com a falsa sensação de normalidade que parece ter se instaurado no município nas últimas semanas, com as flexibilizações das medidas de controle do novo coronavírus: “Um absurdo o que vi, neste final de semana, nas praias de Palhoça. Abrir o comércio, perfeito; mas o povo esqueceu do perigo da Covid”. Ela também questiona: onde estão acontecendo as fiscalizações da Prefeitura? “Deveria estar protegendo sua cidade”, pondera.

A Polícia Militar de Palhoça, por outro lado, afirma que a maioria dos palhocenses está respeitando o uso das máscaras faciais de proteção. “Nos casos isolados de desrespeito, a PM está trabalhando com uma primeira abordagem de conscientização, o que está surtindo efeito desejado”, explica o major Marcello Wagner Schlischting, sub-comandante do 16° Batalhão da Polícia Militar, sediado em Palhoça.

Após avistar casos de aglomeração no Parque do Madri, uma munícipe relata, porém, que não conseguiu auxílio da PM ao denunciar o evento. “Foram extremamente grossos, ignorantes e sarcásticos, insinuando que, se eu estava no parque, não teria direito de reclamar”, comenta. Ela afirma que é comum ver populares praticando atividades físicas em grupo, sem uso de máscaras, no local. O novo pacote de medidas divulgado pela Prefeitura proíbe a permanência de pessoas e a prática de esportes coletivos em espaços públicos e comunitários de Palhoça.


Apelo do prefeito e repercussão nas redes

Nesta segunda-feira (22), de olho no crescimento de casos em Palhoça e temendo uma superlotação nos leitos hospitalares da região da Grande Florianópolis, o prefeito Camilo Martins compartilhou, um dia antes de sancionar o novo decreto, um apelo em vídeo, pedindo maior colaboração dos palhocenses no cumprimento das regras em vigor. “Nós não podemos ter aglomerações, temos que continuar respeitando o distanciamento entre pessoas, nós precisamos manter a higienização e, ainda, é obrigatória a utilização das máscaras”, afirma, na publicação, feita após um final de semana de praias e parques lotados.

Camilo afirmou que o Poder Público não está dando conta de fiscalizar todo o território municipal, e transferiu parte da responsabilidade em relação à execução das determinações para os munícipes: “E esse apelo eu faço para cada um de vocês, porque somente assim nós vamos facilitar o trabalho da Prefeitura”. O prefeito ainda fez um alerta para a taxa de ocupação dos leitos da região, que já está em mais de 60%: “Está tirando o sono e está nos preocupando”.

O vídeo foi replicado nos canais digitais do Palhocense e repercutiu fortemente entre os leitores, que questionam, sobretudo, a falta de fiscalização da Prefeitura. “Andando pela cidade, não vejo as pessoas usando (máscara), chego a me sentir ‘a estranha’. De 10 pessoas que passaram por mim no sábado pela manhã, duas estavam de máscara. Falta respeito da população com o próximo, falta responsabilidade, e também falta ser mais rigorosa a fiscalização”, comenta uma moradora. Segundo ela, entregar o compromisso dos cuidados nas mãos do povo não é o suficiente: “Que seja de uma forma mais firme”.

Outra internauta afirma que a desobediência de palhocenses às normas é um “desrespeito com quem está se cuidando” e pede mais controle nas ruas e nos estabelecimentos: “Mais punição”. Há quem sugira também a implantação de um lockdown, uma versão mais rígida do distanciamento social: “Daí sim, o povo vai aprender. Estive hoje em Palhoça, várias pessoas sem máscara e sem nenhuma fiscalização. Fecha tudo para ver se o povo não vai aprender. Acha que isso é brincadeira”.


Reflexo na Câmara de Vereadores

O vereador Luciano Pereira (Avante), durante a sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (22), também comentou sobre a baixa adesão da população às medidas de proteção. Em meio à fala, pediu que o prefeito tomasse providências para intensificar a fiscalização nas ruas e solicitou que moradores respeitem os decretos vigentes de distanciamento social e uso de máscaras.

Ele criticou o aparente cenário de tranquilidade no município e a forma como o Poder Público vem lidando com a pandemia: “De algumas semanas para cá, após esse relaxamento, bares, restaurantes e similares vêm aglomerando um grande número de pessoas em suas dependências. E a coisa virou banal, está natural, está tudo certo, as pessoas estão convivendo umas com as outras e não estão respeitando o distanciamento”.  Para o vereador, Palhoça não está preparada para receber uma carga tão de grande de contaminação: “Peço, encarecidamente, que as pessoas respeitem o distanciamento, a proibição de aglomeração, e o decreto que obriga o uso das máscaras. Estão banalizando, embora os números mostrem que em Palhoça cresce, assustadoramente, o número de casos confirmados de coronavírus”.

No boletim epidemiológico publicado nesta quarta-feira (24), o município registrava 521 ocorrências de Covid-19, 70 a mais que na segunda (22), quando havia 451 pacientes confirmados. 


Pedidos de testes aumentam

À reportagem, um leitor relatou o caso de uma jovem que, depois de sentir fortes dores de cabeça, tosse e falta de olfato e paladar, não conseguiu agendar o exame que detecta a presença do novo coronavírus no organismo. Ele afirma que, no dia 18 de junho, depois de cerca de três dias com os sintomas, a munícipe buscou atendimento na central destinada a suspeitas de Covid-19 em Palhoça, mas foi surpreendida com a informação de que só conseguiria realizar o teste no dia 25 de junho. A recomendação, contudo, é a de que pessoas contaminadas façam o exame em até 10 dias após o início dos sintomas. De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pela Prefeitura na terça-feira (23), 350 suspeitos aguardavam exames. 

Na rede privada, a procura tem aumentado. Após conversar com funcionários do Laboratório Santa Luzia, em Palhoça, uma popular conta que o número de pessoas sintomáticas que vão ao local em busca de diagnósticos é grande: “Está bem sério mesmo”. O laboratório confirma o panorama apresentado pela paciente, mas esclarece que as unidades do município não realizam os exames RT-PCR, específicos para casos sintomáticos. De acordo com a empresa, esses testes são coletados apenas em domicílio ou na unidade Lauro Linhares, em Florianópolis, sob pedido médico. O Santa Luzia ressalta, contudo, que pessoas com sintomas não devem procurar os laboratórios sem antes realizar o agendamento da coleta por telefone ou pelo website, a fim de evitar aglomerações e possíveis contágios. 

Em Palhoça, os exames via sorologia são os únicos disponíveis para identificar a Covid-19 na empresa. De acordo com o Santa Luzia, eles são indicados para pessoas assintomáticas, visto que avaliam a doença tardia ou passada, demandando o tempo de aparecimento dos anticorpos. “No mínimo, 10 dias para a maioria dos testes disponíveis e variável de indivíduo para indivíduo”, explicam.

Segundo o setor de atendimento, há mais de 40 pedidos de exames por dia. Segundo Annelise C. Wengerkievicz Lopes, diretora médica do Laboratório Santa Luzia, que integra a Dasa, desde a disponibilização dos exames para Covid-19, semanalmente vem sendo observado crescimento na procura dos exames, e o aumento foi muito marcante nas últimas três semanas. “Na última semana, houve um aumento de cerca de um terço de exames em relação à semana anterior, avaliando todas as unidades da Grande Florianópolis", informa.

* Sob a supervisão de Luciano Smanioto


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