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Chargistas relembram momentos marcantes no jornal

Rumo à edição número 1.000: tirinhas e charges são formas de arte que sempre foram trabalhadas pelo Palavra Palhocense

f9dfb7a1705c4b769cb2517e6eb08756.jpeg Foto: ARQUIVO JPP

Por: Willian Schütz

 

As tirinhas e charges são formas de arte diretamente atreladas ao jornalismo. Através delas, personagens originais ou inspirados na vida real repercutem com humor notícias e fatos marcantes. Prestes a chegar à edição de número 1.000, o Palavra Palhocense também tem uma ligação antiga com essas histórias em quadrinhos tão características dos jornais. 

Desde o princípio, um personagem que marca presença nas páginas do Palhocense é o Beltrano: típico manezinho de Palhoça, traz sátiras políticas e sociais em versos escritos por João José da Silva. Outro personagem que animou as páginas do periódico foi o Zé Caranguejo, com chapéu de palha e traços simples, o visual do personagem foi traçado pelo artista plástico Wando Cunha.

Mas a história do Zé Caranguejo começou muito antes da primeira edição do Palavra Palhocense, em 2005. O personagem teve suas primeiras versões na década de 1990, no jornal “O Palhocense”, fundado por João José da Silva. Desde aquela época, esse “manezinho do mangue” foi ganhando mais destaque. 

Zé Caranguejo, além de despontar em desenhos na página 2, por muitas vezes era o personagem principal da Coluna do Beltrano. “Naquela época, eu já escrevia a coluna ‘Boca Maldita’ e quem começou a escrever a coluna do Beltrano foi o meu amigo Francisco Veríssimo. Ele escreveu por cerca de seis meses, mas depois foi trabalhar em Brasília. Como eu sempre tive facilidade para fazer rimas e versinhos, acabei assumindo a coluna”, relembra João. 

O escritor também explica um pouco do direcionamento criativo por trás da coluna e do personagem. “Comecei a criar os versos com ironia, fazendo gozações sobre a vida política da cidade, sobre os acontecimentos. Depois, fui misturando os versinhos com textos adaptados de piadas, sempre trazendo para o cotidiano de Palhoça. A coluna pegou justamente porque fazia rir. As pessoas diziam: ‘Os políticos gozam tanto da gente, por que a gente não pode fazer gozação com eles também?’. E era isso que eu fazia”, relata.

João conta que a inspiração para o nome também veio de uma expressão popular: “fulano, beltrano e sicrano”. “O Beltrano falava dos 'fulanos', que eram os políticos, as figuras públicas, a sociedade em geral. Por isso, o nome, simples e direto”, recorda.

Segundo ele, Beltrano sempre vinha acompanhado de uma charge, reforçando o humor do texto. Um exemplo clássico, lembra, foi durante a separação do político Paulo Vidal, então assessor de Fernando Collor de Mello: “Fizemos uma charge com o assessor do Collor colocando a cabeça pela porta e dizendo: 'Alguém perdeu uma aliança aqui'. Só isso. Mas a piada era certeira: o Paulo tinha se separado, o Collor também. Era essa a pegada”, diz João.

A inspiração estética do personagem também tem raízes culturais. João conta que, na Palhoça dos anos 1950 a 1970, era comum escreverem pequenos versos chamados pasquins, geralmente críticos e anônimos, deixados debaixo das portas. “Aqui, os açorianos chamavam esses versinhos de pasquim; no Nordeste se chama cordel. Adaptei essa ideia para o Beltrano, mas com mais leveza e humor”, explica.

Quem deu forma visual ao personagem Beltrano foi o artista plástico Wando Cunha. Ele conta que a criação foi simples, porque o personagem já existia nos textos de João. “O Beltrano já era uma figura pronta do João. Ele me disse que era meio 'bicho-grilo', cabeludo, meio como ele mesmo. A minha ideia foi desenhar um personagem assim, meio alternativo, com visual simples. Fiz ele em cima de uma folha de jornal, como se fosse feito de palavras, já que ele mesmo é todo cheio de conversa”, conta Wando 

Outra figura que marcou a história do Palavra Palhocense foi o chargista Ed Carlos Santana, referência na criação de charges e tirinhas para jornais de Santa Catarina — e conhecido a nível nacional. 

Ed ingressou na área nos anos 1990 e já publicou periodicamente em vários jornais — com destaque para “O Município”, de Brusque. Mas ele também já prestou serviços para jornais de MG, SP e RS.

Enquanto chargista do Palhocense, Ed Carlos traduziu o cotidiano de Palhoça com pinceladas de humor, críticas e profissionalismo. Vários trabalhos repercutiram pela cidade e alguns alcançaram proporções ainda maiores. Uma grande conquista foi em 2013, quando uma charge de Ed para o Palhocense foi premiada no 41º Congresso da Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori).

“Desejo um imenso parabéns ao jornal Palavra Palhocense pelas mil edições. Essa marca alcançada por uma mídia séria é de extrema importância em tempos de fake news. Fico feliz e me orgulho de ter feito parte dessa história, ajudando o jornal a alcançar a estatueta do prêmio da Adjori de melhor charge do ano. Vida longa ao jornal”, celebra Ed.

Com quase mil edições na bagagem, o Palavra Palhocense segue cultivando essa tradição, mas com toques de modernidade. Atualmente, as ilustrações do jornal são feitas com ferramentas virtuais: um recurso que traça o presente e ilustra o futuro.



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