Por: Sofia Mayer*
A circulação de notas falsas tem sido um problema recorrente em Palhoça, segundo comerciantes do município. Os relatos de fraudes começaram a aparecer ainda em janeiro, mas, de acordo com a classe, os casos se intensificaram na primeira quinzena de março, pouco antes do anúncio de fechamento das lojas, por conta do decreto estadual para minimizar o contágio do novo coronavírus na região. As investigações foram repassadas à Polícia Federal.
Depois de três tentativas de crime em um açougue, na área central do município, funcionários conseguiram identificar a van utilizada pelo grupo de estelionatários, e denunciaram o caso à Polícia Civil. Os comerciantes revelam que os criminosos agem de forma cordial, como se fossem clientes comuns. “Fazem a gente trabalhar para eles”, lembra um dos trabalhadores. Depois das ocorrências, o estabelecimento investiu em uma caneta identificadora para que as notas falsas possam ser verificadas “sem constranger outros clientes”.
Considerando a quantidade de ocorrências registradas em Palhoça, outro comércio, também no Centro do município, começou a se precaver e adquiriu uma máquina, com detector UV, que identifica as notas adulteradas. “O aparelho é extremamente barato, não elimina sozinho todas as falsas. Mas é mais um recurso, junto ao tato, visão e observação dos pontos de segurança das cédulas”, contextualiza o proprietário. O estabelecimento foi alvo de tentativas de golpe duas vezes: a primeira aconteceu no dia de divulgação do decreto estadual que previa o fechamento do comércio catarinense. “Com todo mundo assustado, acabou passando”, admite. Na semana passada, em uma nova ocorrência, os funcionários se deram conta do estelionato antes de aceitar o dinheiro falso.
A alta frequência dos crimes na região fez com que os funcionários do estabelecimento passassem a treinar a análise das notas. “Ainda não pegamos nenhuma falsa após isso (a compra da máquina), mas conseguimos comparar com a nota que pegamos há alguns dias”, afirma. O comerciante acredita que os criminosos agem em grupo, se revezando nas tentativas de golpe. Hoje, todo o dinheiro em espécie recebido é conferido de forma individual.
Só neste ano, em Palhoça, pelo menos oitos ocorrências do tipo foram repassadas à Polícia Federal. Um inquérito policial foi instaurado e está em andamento para tratar dos casos. A pena para o crime de circulação de moeda falsa pode variar entre três e 12 anos de reclusão, além de multa aos agentes criminosos.
Os casos de estelionatos têm sido verificados com constância em toda a Grande Florianópolis. Nesta semana, três homens foram presos e conduzidos à delegacia da Polícia Federal, na Capital, após realizarem compras em comércios de São José com notas de 100 reais adulteradas. À ocasião, ainda foram localizados R$ 1.569, em espécie, resgatados como troco nos golpes aplicados.
* Sob a supervisão de Luciano Smanioto
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