Por: Willian Schütz
Faltam poucos dias para o Dia Internacional da Mulher. Faltam poucas edições para a milésima edição do jornal Palavra Palhocense. Em clima de homenagem e de contagem regressiva, a reportagem resgatou uma figura feminina essencial para a história do jornal: Mariana Cardoso, jornalista que atuou durante sete anos no semanário mais longevo de Palhoça.
Ao conversar com a equipe atual do Palhocense, Mariana recordou diversos momentos do passado, quando o jornal ainda sequer sonhava com a edição de número 1.000. Com carinho e entusiasmo, participou dos primeiros anos de Palavra Palhocense, quando o semanário ainda dava seus primeiros passos no cenário local.
“Acompanhar o processo de criação do jornal foi muito legal, porque, na época, era um veículo de comunicação muito esperado na cidade. Criou-se um burburinho forte, principalmente entre a classe política. E isso foi muito gratificante. Entregar um novo veículo de comunicação para Palhoça naquele momento foi algo significativo, já que a cidade passava por uma transformação política e social muito grande, especialmente durante a gestão do Ronério Heiderscheidt”, relembra.
O jornalismo há quase 20 anos era muito diferente. Os primeiros anos de trabalho não foram fáceis, mas Mariana destaca a sensação de realização e o entusiasmo da população local. “As pessoas realmente esperavam o jornal chegar às quintas-feiras, e isso se tornou algo marcante”, afirma. Segundo ela, lá no início, a estrutura da redação era simples, com uma equipe enxuta, composta apenas por Mariana, Alexandre Bonfim e João José da Silva, além do pessoal da parte comercial. No entanto, uma grande mudança estava por vir.
A mudança para a sede no Shopping Baviera, um marco para o jornal, simbolizou o crescimento da equipe e a ampliação da estrutura. “Foi um momento muito especial. A redação cresceu, contratamos outros profissionais. Um momento que nunca esqueço foi a chegada do Felipe Lenhart, um excelente jornalista, que já acompanhávamos desde a faculdade. Ele trouxe muitas contribuições para a equipe. Também contratamos um fotógrafo profissional e mais uma jornalista, Ana Paula Flores, cuja chegada foi uma experiência incrível”, relembra Cardoso.
Outro momento marcante foi o papel que o Palhocense desempenhou nas coberturas políticas da cidade. As investigações e reportagens sobre a política local, sempre carregadas de emoção e polêmica, foram desafios que a equipe encarou com responsabilidade.
Mas foi lá nos primeiros anos que veio um dos triunfos do Palavra Palhocense: a conquista do Prêmio Pena de Ouro, considerado um tipo de Oscar do jornalismo catarinense. “O mais legal desse prêmio é que ele não veio por vaidade. A conquista não foi sobre ego, mas sobre reconhecimento de um trabalho muito bem pensado, planejado e feito com responsabilidade”, ressalta.
Além do jornalismo, Mariana também participou de momentos criativos que vieram a mudar a história do Palavra Palhocense. “Trabalhei no jornal desde a sua criação. Participei da escolha do nome, da logomarca. Quanto ao nome, a ideia era aproveitar a força do nome ‘Palhocense’, já conhecido pela população, e acrescentar ‘Palavra’, para reforçar a ideia de um veículo aberto, popular e democrático”, recorda Mariana.
A amizade que surgiu durante o período de trabalho também deixou uma marca importante. Mariana destaca a jornalista Ana Paula Flores, cuja colaboração trouxe uma nova perspectiva para a equipe: “Ela fez um trabalho incrível conosco, produzindo materiais muito interessantes. Ficamos amigas e somos até hoje, graças àquela experiência”.
Antes de sua trajetória no Palavra Palhocense, Mariana já havia acumulado experiência no jornal “O Estado”, em Florianópolis, e também em assessoria de comunicação. Mas foi no semanário de Palhoça que ela deixou influências que seguem até hoje, à beira da edição mil.