Por: Willian Schütz
Muito tem se falado nas redes sociais sobre a venda de um morro popular, localizado entre Palhoça e São José. Essa repercussão é referente a um anúncio inusitado: um terreno com cerca de 24 hectares, no alto do Morro da Pedra Branca. O caso logo chamou atenção e vem sendo discutido por centenas de internautas. Muitos dizem que a área poderia ser reserva natural; outros ficam em dúvida sobre a legalidade do processo.
Tudo começou em 26 de julho, quando o anúncio foi colocado no ar. São aproximadamente 2,4 mil metros quadrados, em uma das paisagens mais conhecidas da região: o alto do Morro da Pedra Branca. A propriedade foi colocada à venda por R$ 5,5 milhões. A empresa que faz a intermediação da venda afirma que o terreno já tem registro em cartório.
O anúncio vem sendo veiculado por uma imobiliária especializada em imóveis rurais, que afirma que a propriedade estaria devidamente registrada. A empresa chegou a divulgar um vídeo pelas redes sociais, demonstrando características sobre o grande terreno. O conteúdo gerou grande repercussão.
Segundo a imobiliária, a terra à venda conta com 24 hectares e cerca de 500 metros de altitude. Além disso, o corretor responsável confirma que a área é uma propriedade particular.
O corretor também afirma que o terreno é uma herança familiar, com escritura pública registrada em Palhoça. O proprietário, segundo ele, seria um senhor de aproximadamente 70 anos, que teria desistido do sonho de implantar um ecoparque no local, por falta de recursos e parcerias.
O que chamou a atenção de muitos internautas é o cenário onde o terreno se localiza. Isso porque o Morro da Pedra Branca é frequentemente visitado por trilheiros e apreciadores da natureza. Com a possibilidade de venda, esse destino ficaria incerto, segundo moradores da região — justamente por ser uma área privada.
Outro ponto é a dificuldade de cravar a qual município o terreno pertence. Isso porque o Morro da Pedra Branca fica localizado entre Palhoça e São José. Em contraponto, nenhuma das duas prefeituras demonstrou, até o fechamento desta edição, interesse em adquirir o terreno.
Por um lado, a Prefeitura de Palhoça informou que o pico do morro não fica no território municipal e que não há registro de imóveis na área. Tudo indica, portanto, que a área à venda ficaria em território josefense.
Além disso, os caminhos e as trilhas que levam até o topo da Pedra Branca estão oficialmente sob responsabilidade da Prefeitura de São José. O secretário de Urbanismo e Serviços Públicos de São José, Michael Pedro Rosanelli, manifestou-se sobre o assunto. Segundo ele, se a posse do terreno for legítima, a venda pode acontecer, mas os usos do território são restritos.
Isso porque, conforme a Câmara Municipal de São José, a área de trilhas e o entorno do Morro da Pedra Branca estão definidos como área de preservação permanente (APP). Esse fator a configuraria, conforme o Código Florestal, como uma área protegida, com a função ambiental de preservar os recursos naturais. No entanto, a imobiliária responsável vai em contraponto. Enquanto isso, o anúncio segue no ar e já alcançou milhares de visualizações.
07/08/2025
07/08/2025