Por: Willian Schütz
A safra da tainha de 2025 começou em maio. De lá para cá, grandes lanços foram registrados em Palhoça. Mas foi nesta quarta-feira (18) que a natureza surpreendeu toda a comunidade da região sul do município. Isso porque um lanço de mais de 50 mil tainhas emocionou pescadores e moradores da região da Praia de Cima, na Pinheira.
Logo, a notícia se espalhou. A cena, registrada em vídeos e amplamente compartilhada nas redes sociais, mostra dezenas de pessoas puxando as redes à beira-mar, em um esforço coletivo que resultou em um dos maiores lanços da temporada de 2025 em Santa Catarina. O jornal Palavra Palhocense também registrou a cena e, em poucas horas, os vídeos alcançaram milhares de visualizações.
A captura impressionante movimentou a comunidade local. Em nota, a Prefeitura diz que os pescadores comemoram na região, dizendo que o mar “fechou de peixe” e, com a combinação ideal de maré, temperatura e correnteza, o grupo conseguiu realizar a puxada com sucesso, trazendo milhares de tainhas para a areia da praia. “Eu nunca vi na minha vida, com 58 anos, uma coisa tão linda como esta”, disse um dos pescadores, durante o momento de contagem.
Segundo a Prefeitura, a tainha é importante para a cultura e para a economia local. Além da importância econômica – o peixe é comercializado e garante renda para muitas famílias –, o momento também tem forte significado cultural. A pesca da tainha é uma das práticas mais tradicionais do litoral catarinense, especialmente em Palhoça, onde comunidades preservam métodos artesanais há gerações.
Para o prefeito Eduardo Freccia, o lanço é motivo de orgulho para toda a cidade. “Esse resultado extraordinário mostra a força da nossa tradição pesqueira e da organização das comunidades locais. A pesca da tainha é parte da nossa identidade, e cada lanço bem-sucedido representa alimento na mesa de muitas famílias e um impulso para a economia local”, afirmou o prefeito.
A Prefeitura de Palhoça acompanha de perto a temporada e mantém ações de apoio à pesca artesanal, além de investir em infraestrutura e iniciativas de valorização cultural nas regiões costeiras do município. A safra da tainha segue até o fim de julho e, com ela, permanece viva uma das manifestações culturais mais autênticas do litoral sul do Brasil – atraindo turistas, fortalecendo laços comunitários e enchendo os olhos de quem testemunha de perto a força do mar e do povo que vive dele.
Vale lembrar também que a temporada de pesca da tainha passa por mudanças neste ano. Há poucas semanas, os pescadores de todo estado de Santa Catarina voltaram a ter o direito de utilizar a tradicional “rede feiticeira”, um dos instrumentos de pesca mais antigos e característicos da região. Isso, graças a um decreto que passou a permitir o instrumento após 13 anos de incertezas.
Pelo segundo ano consecutivo, no entanto, os pescadores artesanais enfrentam um limite para a captura imposto pelo Governo Federal. A Portaria Interministerial MPA/MMA 26 estabelece uma cota de 1,1 mil tonelada para a pesca artesanal da tainha no estado. Os governos estadual e municipal já se manifestaram contrários à limitação.