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Lelê Crochê: Palhoça na Globo

Empreendedora do Bela Vista é entrevistada pelo apresentador Zeca Camargo para o programa “É de Casa”

b4c7b548159b0dd37aae76e6edad695b.jpeg Foto: AMANDA MOURA/DIVULGAÇÃO

Texto: Isonyane Iris


Ela pegou as técnicas de crochê que aprendeu com a mãe, modernizou, arriscou e montou seu próprio negócio. No último sábado (19), a história de Letícia Gamba Moura Radowitz, moradora do Bela Vista, foi ao ar no programa “É de Casa”, da Rede Globo.

Letícia sempre foi apaixonada por artesanato, desde criança. No programa da Globo, conheceu a arte do crochê moderno, que reutiliza fios de malha. Encantada pelas possibilidades que o material oferece, ela resolveu tentar e comercializar algumas peças. Com o tempo, o negócio cresceu e hoje Letícia e o esposo investem na produção de fios de malha. 

Casada com Rafael Radowitz e mãe do Vicente, de apenas seis anos, Letícia mora em Palhoça há mais de 20 anos. É técnica em enfermagem, especializada em massoterapia, profissão que exerceu por 10 anos. Letícia e o marido se formaram em Educação Física em 2017 e no ano passado ela teria começado o curso de Nutrição. “Sempre fui muito metida a fazer vários tipos de artes manuais, mas nada muito sério. Minha mãe me ensinou tudo que ela sabia sobre crochê e tricô. Quando era criança, por volta de sete anos, fazia pulseiras de trancinhas para vender para as vizinhas, então fui crescendo e o trabalho manual também”, relembra Letícia.

Em meados de 2017, ela se apaixonou pela arte do crochê gigante - também chamado de crochê moderno. “Ali no programa eles ensinaram a cortar camisetas fazendo tiras de fio e eu fiz, mas mesmo assim fui atrás do fio de malha e encontrei em algumas lojas da região. Comecei a produzir e as pessoas gostavam dos meus trabalhos e compravam. Então passei a ter mais encomendas, mas as cores que as clientes pediam eu não encontrava, pois como é um matéria de reaproveitamento, as lojas não tinham variedade para fornecer”, conta a artesã.

Então, uma amiga falou para Letícia sobre um fornecedor que vendia e tinha variedade. “Fui atrás e comprei, porém, a quantidade mínima para ele me fornecer era de 100 quilos. Conversei com o Rafael e mesmo parecendo loucura, comprei. Quando chegou, eu não poderia imaginar o volume que isto ocupava, neste momento eu me apavorei, mas o Rafael, como sempre, me apoiando, disse: ‘Na pior das hipóteses, o que você não usar, você vende’”, conta Letícia.

Um tempo depois, a irmã da Letícia, Amanda Moura, que está se formando em Publicidade, sugeriu à irmã fazer um rótulo para os produtos. “Aquela frase ficou ecoando na minha cabeça e então fizemos o rótulo. Precisávamos de um nome, como todos me chamam de Lelê e rimou com crochê, nasceu o fio de malha Lelê Crochê”, explica Letícia, sobre a origem da marca.

Com o produto ainda do fornecedor, Letícia colocou três rocas de fio de malha em uma bolsa e saiu a pé por Palhoça, oferecendo seus produtos, com a esperança de que isto seria uma boa forma de suprir aquela falta do produto na região. “Todas as lojas aceitaram e acreditaram em mim e no produto, então comecei a pedir mais e mais para o fornecedor, até que chegou uma hora que ele viu que não iria mais conseguir me suprir a quantidade que eu precisava. Então, ele me ofereceu para comprar uma máquina que ele tinha parada na sua fábrica. Ele me passou todos os processos, desde o reaproveitamento das indústrias têxteis, e lá fomos nós, eu e o Rafael, em busca do novo e da mudança”, diz a artesã.

“Eu sempre falava para as pessoas que um dia iria contar para o ‘É de Casa’ a minha história, mas que eu queria esperar ela ficar ainda mais legal. Então, quando estava tudo caminhando bem e as coisas estruturadas, eu entrei no site da Globo, fiz minha inscrição, e dois dias depois eu recebi a ligação e e-mails pedindo para conversar e entender esta história e a relação que ela tinha com o programa ‘É de Casa’. Fiquei muito emocionada, mas ao mesmo tempo eu sempre acreditei que isto iria acontecer”, revela Letícia.

Então, no dia 19 de dezembro de 2018, o apresentador e produtor Zeca Camargo veio fazer a entrevista com Letícia e sua família em Palhoça. “Ele foi muito paciente e nos deixou bem à vontade. Sentou, tomou café e conversou por um tempo. Enfim, estava pronto e no ‘forno’ o meu desejo de contar e poder proporcionar para as pessoas a esperança e coragem de pôr em prática nossos sonhos e objetivos. Além disso, de servir não só de inspiração, mas de ir além, como nós fizemos, que resultou em uma mudança de vida”, acredita Letícia, que hoje tem a produção de fio de malha Lelê Crochê, que é o carro-chefe dos negócios, e ainda peças que ela produz com os fios. “Tenho muita alegria em poder suprir a necessidade que eu tinha para as outras pessoas, tendo em vista que é um produto relativamente novo no mercado. Ele veio com o intuito de reaproveitamento, reutilização e sustentabilidade, além disso, trouxe à tona o crochê, que estava por hora adormecido. O crochê moderno trouxe um público jovem, que está sempre conectado às tecnologias digitais, para as artes manuais, produzindo peças grandes, fáceis e rápidas de fazer”, explica Letícia.



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Créditos: AMANDA MOURA/DIVULGAÇÃO AMANDA MOURA/DIVULGAÇÃO AMANDA MOURA/DIVULGAÇÃO
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