Texto: Isonyane Iris
“Isso quer dizer que você vai morrer, mãe?” Esta, sem dúvida, foi a pergunta mais difícil que Viviane Silvestri Nunes teve que responder para a filha Júlia, de apenas 11 anos, quando voltou da primeira sessão de quimioterapia. Diagnosticada com leucemia aos 36 anos, Viviane foi internada às pressas e precisou deixar dois trabalhos para se dedicar ao tratamento, uma situação que tem comprometido a renda da família e fez com que os amigos e familiares criassem uma “vaquinha” online para ajudar a família, que mora no Terra Nova.
Motorista de transporte escolar e manicure, Viviane acordava às 5h e só conseguia dormir depois das 23h. Com uma rotina exaustiva, no dia 16 de junho ela começou a se sentir muita cansada. Tudo indicava que o motivo era o excesso de trabalho. “Foi bem na semana que eu tinha começado também na academia, então quando fui avaliada pelo médico aqui na UPA, ele imediatamente me disse que a dor parecia ser muscular, então me aplicou uma injeção para dor e eu voltei para casa. Dias depois, a dor persistiu e o cansaço estava ainda mais presente. Mais uma vez eu fui medicada para dor e voltei para casa”, relembra Viviane.
Inconformada com o cansaço, que tomava conta da sua rotina, no dia 4 de julho Viviane não conseguiu limpar a casa. Foi então que resolveu marcar consulta com um ginecologista e aproveitar para pedir vários exames de rotina. Feitos os exames, o laboratório ligou para Viviane pedindo que ela retornasse no médico em breve, pois os resultados estavam alterados. Desconfiada, ela repetiu os exames em outro laboratório, e mais uma vez ligaram, mas desta vez o pedido foi para que ela procurasse um médico com urgência.
Então, no dia 5 de julho Viviane atendeu a última cliente por volta das 21h, depois deixou o marido em casa com a filha, que estava dormindo, e foi até a UPA levar os exames. “Assim que cheguei, o médico já fez uma carta e me enviou para o hospital. Até aí, sem eu saber o que estava acontecendo. Foi quando eu dei entrada pela emergência no Hospital Florianópolis. Entrei sozinha, e o médico que me atendeu olhou meus exames e na mesma hora me disse que eu estava com leucemia linfoide aguda e que ficaria internada. Meu mundo desabou naquele momento, revirou tudo, eu não queria acreditar no que estava acontecendo”, relembra Viviane.
Transferida para o Hospital Celso Ramos, Viviane foi internada naquela noite e logo começou o tratamento com quimioterapia. Foram 22 dias de internação, com um tratamento intenso e com milhões de pensamentos pela cabeça. “Impossível a gente não pensar besteira, ninguém é de ferro. Eu só pensava na minha filha, no meu marido e em como eu não poderia desistir. Eu só pensava que eu tinha a vida pela frente e que tudo não poderia acabar assim”, relata Viviane. “Minha filha não sabia o que eu tinha. Tinham dito pra ela que era uma infecção e que logo eu estaria em casa. Então, quando eu cheguei eu sentei com ela e contei o que estava acontecendo, logo ela me perguntou se eu iria morrer. Imediatamente, eu disse que não, porque desistir seria a última coisa que eu faria, e é por isso que tenho lutado todos os dias pela cura dessa doença”, conta Viviane, emocionada.
Em dois meses de tratamento, ela recebeu duas notícias maravilhosas: o organismo está reagindo bem ao tratamento e uma das irmãs seria compatível para realizar o transplante de medula. “Eu me sinto privilegiada. Eu nem sabia que estavam fazendo testes de compatibilidade, fiquei muito emocionada quando eu soube. Tenho pedido muito a Deus que me ajude nesse procedimento para que a medula dela pegue em mim e logo tudo isso acabe”, espera Viviane, ansiosa.
Com a notícia do transplante, veio uma preocupação: a cirurgia poderia ser aqui, como também em outro estado; ou seja, para que Viviane faça o procedimento, o marido terá que acompanhá-la. Serão cerca de 40 dias de internação, um período que o marido terá que deixar o trabalho. Por conta disso, os amigos fizeram uma vaquinha online e estão ajudando a família financeiramente, para que o esposo possa conseguir acompanhar Viviane. “Hoje eu vejo o quanto perdemos tempos trabalhando. Temos que aproveitar os momentos em família, isso sim é que vale a pena. Tenho recebido carinho e ajuda de amigos e pessoas que jamais imaginava e agora percebo o quanto é importante dar valor para quem gosta da gente. Só posso agradecer todos que de alguma forma estão nos ajudando nessa luta, principalmente ao meu esposo, que tem sido muito parceiro. Tem sido difícil, sinto medo muitas vezes, mas sei que vou vencer”, finaliza.
Saiba como ajudar
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Ou contribua diretamente na conta poupança da Caixa Econômica Federal:
Viviane Silvestri Nunes
Agência 1875
Operação 013
Conta 008278-6
Contato pelo telefone: 98409-1490