Foto: DIVULGAÇÃO
O Instituto Comunitário Grande Florianópolis (Icom) completou 20 anos na terça-feira (25), com um evento na Acate Downtown, em Florianópolis. Uma tarde de diálogos foi o ponto alto da Semana de Inovação Social da Grande Florianópolis, que marca as comemorações.
“Fazer 20 anos não é fácil, porque manter viva uma organização impõe captar recursos, mudar culturas”, avaliou Patricia Peixoto, presidente e uma das fundadoras do Icom. “Quando a gente pensou em celebrar, entendeu que deveria ser algo para fazer parte do calendário da cidade, que é a Semana de Inovação Social. E nosso desejo é que ela aconteça todos os anos na semana de aniversário do Icom”, explicou.
Patricia disse que “o ICOM é uma fundação que escuta, articula, ouve públicos, pondera, media, e tenta reunir tudo isso em prol do desenvolvimento territorial” da comunidade onde está inserido.
O gerente-executivo do Icom, Willian Narzetti, apresentou o impacto do Icom ao longo de 20 anos: foram R$ 23 milhões mobilizados, R$ 16 milhões investidos na comunidade, R$ 7 milhões doados diretamente à sociedade civil e mais de 2.800 organizações assessoradas, formais e informais. Além disso, o Icom criou o primeiro banco comunitário de Santa Catarina durante a pandemia de Covid-19, com mais de R$ 2,5 milhões repassados às famílias apoiadas.
Entre os trabalhos em andamento, estão o Programa Frei Damião; o diagnóstico da população idosa de Florianópolis e o da criança e do adolescente de São José.
Transformação social
O evento teve painéis e palestras sobre os impactos do trabalho do Icom, a resiliência do território e a preocupação com questões climáticas. O painel “Território como caminho: aprendizados para inovar e transformar realidade” tratou do Programa Frei Damião, que está entrando no terceiro ano, com previsão de cinco anos.
No total, já foram R$ 29 milhões investidos por parceiros na comunidade, e mais R$ 12 milhões captados em dois projetos aprovados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa abrange a comunidade de maneira ampla, passando por habitação, pavimentação, saneamento e outras áreas que impactam diretamente na qualidade de vida da população.
Rebecca Goulart, representante da Prefeitura de Palhoça, anotou que, desde o início do projeto, “o Frei Damião é outro”. “Quem conheceu há dez anos não reconhece hoje”, afirmou. Carla Moraes, coordenadora de operações da Aegea em Palhoça, empresa parceira do programa, também falou da importância da iniciativa. “O que a gente aprendeu na companhia é a escutar a comunidade. A gente entende que não há dignidade sem saneamento básico”, disse.
Vladimir Borges Ribeiro, presidente da Associação de Moradores do Frei Damião, garantiu que há uma grande mudança em andamento no território: “A gente consegue ver mudança na qualidade de vida das pessoas. O que a gente espera é a dignidade que a área nobre tem hoje, que nossas crianças possam sonhar”.
Na sequência, Gisele Mara Schena, coordenadora de projetos do Icom, apresentou dados do Diagnóstico de Migração do Frei Damião. “Tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais as pessoas que fazem parte do local”, explicou. Foi apresentado um vídeo com histórias de migrantes no bairro, que mostra também a transformação no território nos últimos anos.
27/11/2025
27/11/2025