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Covid-19 em Palhoça: 2.104 casos e 17 mortes

Palhocense fez levantamento sobre óbitos ocasionados por outros motivos em Palhoça no período da pandemia

0930c2ebac5621707c35762bc9eff57b.png Foto: REPRODUÇÃO

Segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde de Palhoça na noite desta quarta-feira (22), o município registra 2.104 casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Deste total, 1.027 pacientes ainda estão sendo monitorados, enquanto 1.060 pessoas já estão recuperadas e 17 vieram a óbito. Os três últimos óbitos foram de três homens, de 21 anos (Bela Vista), 61 anos (Ponte do Imaruim) e 79 anos (Praia de Fora).

O município já testou 5.159 pessoas, sendo que 2.462 suspeitas foram descartadas e 575 testes ainda não foram analisados – outros 18 testes foram feitos em pessoas que não moram no município.

Santa Catarina já registrou 59.556 pacientes com teste positivo para Covid-19, sendo que 48.878 estão recuperados e 9.913 continuam em acompanhamento. Desde o início da pandemia, 765 óbitos foram causados pelo novo coronavírus. Esses números colocam a taxa de letalidade em 1,28%.

No topo da lista de municípios com maior número de infectados está Joinville, que contabiliza 5.325 casos. Na sequência, aparecem Blumenau (3.772), Balneário Camboriú (3.296), Chapecó (3.246), Itajaí (2.779), Florianópolis (2.660), Palhoça (2.104), Criciúma (1.783), Concórdia (1.656) e Brusque (1.455).
A taxa de ocupação dos leitos de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina é de 77,9%. Isso significa que, dos 1.376 leitos existentes no estado, 304 estão livres e 1.072 estão ocupados, sendo 461 por pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19.


Casos por bairro

230 casos - Ponte do Imaruim
216 casos - Bela Vista
178 casos - São Sebastião
157 casos - Aririú
134 casos - Barra do Aririú 
125 casos - Passa Vinte 
113 casos - Centro
84 casos - Caminho Novo 
77 casos - Jardim Eldorado
75 casos - Guarda do Cubatão
70 casos – Pachecos
69 casos - Pedra Branca
66 casos - Rio Grande 
62 casos - Pagani
55 casos - Alto Aririú
51 casos - Praia de Fora
42 casos - Nova Palhoça
41 casos - Madri
39 casos - Brejaru
36 casos - Jardim Aquárius
32 casos - Enseada de Brito
29 casos - Aririú da Formiga
19 casos - Frei Damião
18 casos - Pinheira
14 casos - Passagem do Maciambu 
13 casos - Furadinho
12 casos - Vila Nova
10 casos - Pontal
7 casos - Praia do Sonho
6 casos - Jardim das Palmeiras
5 casos – Laranjeiras
4 casos - Jardim Coqueiros
3 casos - Guarda do Embaú
2 casos - Albardão e Ponta do Papagaio
1 caso - Jaqueira e Praia do Meio

* Outros 27 pacientes não tiveram o endereço identificado e 9 pacientes registraram residência em outro município

 

Dúvidas da população

O jornal Palhocense tem recebido alguns questionamentos com relação aos casos de Covid-19 em Palhoça e tentaremos esclarecer.

Nós tomamos por base os números confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde. Quando houve a primeira divergência no número de mortos, o governo do estado foi consultado pela redação e declarou que recebe as informações dos próprios municípios, logo, optamos por utilizar os números divulgados pelas autoridades de saúde diretamente em Palhoça. Quando há divergência no número de mortes, mencionamos. Como foi o caso da última sexta-feira (17), em que a Prefeitura revelava uma nova morte em Palhoça, mas o governo do estado indicava que seriam três óbitos. Conferimos a informação e confirmamos que um dos óbitos relatados pelo estado já constava nas estatísticas do município em relações anteriores e só naquela data havia sido atualizado nos números do governo estadual. A outra morte confirmada pelo governo do estado não havia entrado ainda nas estatísticas municipais. Há uma terceira fonte com relação ao registro de óbitos, que são os cartórios. Mas, para evitar duplicidade nos números em função dos atrasos na computação dos casos, tomamos por base as informações fornecidas pela autoridade de saúde municipal - no caso, a Secretaria de Saúde de Palhoça. Assim, podemos utilizar com mais segurança o número de casos por bairro, número de testes realizados, número total de pacientes infectados e de pacientes recuperados.


Causa da morte

Também há um questionamento nas redes sociais com relação à definição da Covid-19 como causa da morte na certidão de óbito. "Meu vizinho morreu de ataque cardíaco e disseram que foi Covid" e "meu amigo já era doente, morreu e disseram que foi Covid" são algumas das indagações recorrentes. 

A médica infectologista lotada na Secretaria de Saúde do município de Palhoça Fernanda Scapinello esclarece: "A Covid pode, sim, causar doenças vasculares trombo-embólicas, como o AVC, IAM (infarto agudo) e TEP (tromboembolismo pulmonar) e levar ao óbito". Ou seja: um ataque cardíaco, um AVC ou um tromboembolismo pulmonar, por exemplo, podem ser consequência, sim, da doença respiratória (Covid-19) provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).


Fake news

Circula nas redes sociais a informação de que o governo federal repassa aos municípios R$ 12 mil por cada óbito atestado, o que contribuiria para a manipulação do número de mortes em busca de mais recursos - neste raciocínio, quanto mais mortes, mais dinheiro para o município.
Isso é fake news. O Ministério da Saúde informou que os valores repassados para estados e municípios independe do número de óbitos. São utilizados como base de cálculo dos repasses critérios como número de habitantes, quantidade de hospitais e de equipes de saúde da família.


Outros óbitos

Outro questionamento feito ao Palhocense diz respeito aos óbitos ocasionados por outras origens, que não seja a Covid-19, em Palhoça, neste ano. Segundo dados extraídos do painel da Central de Informações do Registro Civil Nacional, o município registrou, em 2020, 259 óbitos, sendo 17 provocados diretamente pela Covid-19 (confira mais detalhes no quadro).

Como sabemos que há subnotificação, ou seja, a nossa capacidade de testagem está muito longe da ideal e estamos muito distantes dos números reais (as estimativas de especialistas pesquisadas pelo Palhocense variam: o número de casos seria de 7 e 16 vezes maior do que o registrado oficialmente no Brasil), pode haver mais casos de morte provocados pela Covid-19 no município - assim como a taxa de letalidade do vírus no município, hoje identificada em 0,8%, pode variar; a possibilidade mais concreta é a de que a variação seja "para menos", porque é de se esperar que boa parte da subnotificação venha de casos em que os pacientes apresentam sintomas leves ou são assintomáticos, e portanto, não são encaminhados para a testagem.

Palhoça, por exemplo, em estudo divulgado recentemente, tem o pior índice de testagem entre os municípios mais afetados pelo coronavírus em Santa Catarina. No momento em que Palhoça ainda apresentava 4.649 testes (hoje, subiu para 5.159 testes), para uma população estimada em 172 mil pessoas, a cidade de Itajaí, por exemplo, com uma população estimada em 219 mil habitantes, já havia realizado 29.862 testes em seus munícipes. Ou seja, até aquele momento Palhoça havia testado apenas 2,7% da população, enquanto Itajaí (que seria a campeã de testes no estado) testou 14%.

 

Óbitos em Palhoça durante a pandemia

Período: 16/03 a 22/07*

Em 2019
Demais óbitos: 101
Insuficiência respiratória: 16
Pneumonia: 39
Septicemia: 26
SRAG: 2
AVC: 24
Infarto: 23
Causas cardiovasculares inespecíficas: 7
Total: 238

2020
Demais óbitos: 114
Insuficiência respiratória: 14
Pneumonia: 27
Septicemia: 21
SRAG: 6
AVC: 31
Infarto: 21
Causas cardiovasculares inespecíficas: 8

Subtotal: 242

Covid: 17
Total: 259


* Por que algumas causas estão elencadas enquanto outras aparecem em demais óbitos? Porque os critérios de pesquisa selecionados foram doenças respiratórias e doenças cardíacas – patologias que podem ser agravadas pelo novo coronavírus. 

 

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