dd2e0879a161b440f8ed78a5f010f16d.jpeg Ibama segue monitorando baleia-franca que ficou presa em rede pesqueira na Ponta do Papagaio

86c975c9cfacb7b3765cb4525db13849.jpeg Bombeiros localizam corpo de homem desaparecido no Rio Cubatão

b49cd8011628e886cf0b1c2b3e062dc3.jpeg Palhoça destaca programa que garante exames e óculos gratuitos para estudantes da rede pública

fc5157fdfbf12feddbc0cdd835684c0d.jpeg Equipes dos bombeiros e da PMA atendem ocorrência envolvendo baleia-franca

a61739cde46c3166768aae88fdc64196.jpeg Festa do Divino da Enseada de Brito começa nesta quinta-feira (10)

3c326bbadf10954aa98e6fa40cc7c4c8.jpg Palavra Palhocense celebra mil edições com evento especial nesta quinta-feira (3)

a5975a33152e053ca268d5bb91ee61c2.jpeg New Time Revival retorna num reencontro com Bahamas e Pirâmide

a427ad60708574b71806938dbd9e0e20.jpeg Guarani de Palhoça inicia os preparativos para a Série C do Campeonato Catarinense

36b5d6b0286646d87d6c2766043d7e3a.jpeg Cerimônia marca o início dos Jogos Escolares de Palhoça (JEP)

4e85e8ae5b7b5c79f13e58aa07b84754.jpeg Palhoça Esporte Clube conquista vaga na final da Copa Catarinense de futsal

76adce2ea889ba973ea6ae3b5dd5acdb.jpeg Estudantes de escola da Pinheira recebem aula sobre o Programa das Reservas Mundiais de Surf

Há 124 anos, chegava o cinema no Brasil

Artigo enviado por Ramayana Lira, professora da pós-graduação em Ciências da Linguagem e do curso de Cinema

53bf2adfd57fd6650fa9feba4b26b64c.jpg Foto: REPRODUÇÃO

Por: Ramayana Lira*

 

No dia 19 de junho, celebramos, por convenção, o Dia do Cinema Brasileiro. Digo “por convenção” porque sabemos que datas de início e de fim tendem a ocultar processos contínuos e são, na maior parte das vezes, marcos estabelecidos pelos vencedores das narrativas históricas. No caso do cinema brasileiro, a data comemora um evento que é, de certa maneira, bastante revelador de como os responsáveis por essa história entendem as expressões “cinema” e “brasileiro”: a filmagem da Baía da Guanabara pelo italiano Afonso Segreto, em 1896, de dentro de um barco francês, usando equipamento europeu indisponível em terras brasileiras.

Revisores da história do cinema brasileiro, como Paulo Emílio Sales Gomes e Jean-Claude Bernardet, já apontavam para os paradoxos desse “nascimento” do cinema nacional, um cinema que se celebra como objeto do olhar do outro, que se deixa filmar sem reclamar para si os meios e o modo de produção dessas imagens e que privilegia o momento da filmagem em detrimento do encontro do filme com o público (vale lembrar que o marco histórico para o “nascimento” do cinema mundial é a exibição pública pelo Irmãos Lumière, em 28 de dezembro de 1895).

O que temos, então, para comemorar nesse 19 de junho de 2020? Em primeiro lugar, reconheçamos que, ao longo desses mais de 120 anos, nos apropriamos dos aparelhos e das linguagens e das invenções, construindo uma cinematografia importante que dialoga proficuamente com a nossa sociedade. Em segundo lugar, essa construção de um cinema nacional está associada ao crescimento de todo um campo da economia, representando, considerando o amplo espectro do audiovisual, parcela significativa do PIB. Mas também observemos com alegria a apropriação dos meios e das linguagens do cinema por sujeitos antes excluídos dessas formas de expressão, que constituem formas cinematográficas potentes: mulheres, pessoas negras, indígenas.

O que podemos chamar de “cinema brasileiro” é esse espaço de tensão entre essas formas emergentes e o chamado cinema “comercial”, entre os impulsos caóticos e criativos e o olhar “profissional”, entre tradição e rupturas, entre o nós e o outro, entre a grana e o tesão. Comemoremos a incompletude de nosso cinema, celebremos seu projeto em aberto! Porque, hoje, no seu aniversário convencional, o cinema brasileiro está sendo depauperado pelas instituições que deveriam protegê-lo.

O cinema brasileiro está sendo pintado como inimigo do povo. O que, claro, ele não é. Antes, o cinema brasileiro é aliado do povo, devolvendo-lhe a especular e espetacular imagem de suas forças e de seus fracassos. Pois se há uma coisa que o século XX nos ensinou é que se um povo não cuida de seu cinema, esse ou morre à míngua ou se volta contra ele, o povo, com a fúria e a violência de uma arte fascista.

 

* Professora da pós-graduação em Ciências da Linguagem e do curso de Cinema

 


Quer participar do grupo do Palhocense no WhatsApp?
Clique no link de acesso!
 



Tags:
Veja também:









Mais vistos

Publicidade

  • ae88195db362a5f2fa3c3494f8eb7923.jpg