Em um ano, 2.019 quilômetros de corrida. É a meta que Fernando Souza dos Santos, morador de Palhoça desde 1984, vai bater quando chegar à linha de chegada da charmosa Corrida de São Silvestre, que em todas as viradas de ano leva milhares de atletas (e curiosos) para as ruas de São Paulo.
Em março de 2020, Fernando completa dois anos de corrida. A ideia, quando começou, era perder peso. Nesse período, já chegou a eliminar 26 quilos. Ele conta que já lutou jiu-jitsu e judô, e quando parou de lutar começou a engordar. Tentou procurar um esporte alternativo: academia, natação, pedalada... Mas foi na corrida que realmente “encontrou seu lugar”. “Eu trabalho na Heineken, então eu viajo o estado todo, viajo segunda e volto quinta, ou viajo terça e volto sexta, e eu tinha que encontrar um esporte que não desse trabalho. Daí eu fui a Brasília, e eu tenho um primo em Brasília que é ultramaratonista. Ele me convidou para dar uma corrida e eu fui”, relembra. “Aí teve a Maratona Internacional de Brasília. Na hora da largada, eu fiquei encantado com as pessoas, o clima, tudo, principalmente com a largada dos especiais, os cadeirantes. Eu filmei, e voltando, no avião, revendo aquilo ali, eu decidi começar a correr”, emenda.
Morador do Pagani, começou a correr na avenida Elza Lucchi e encontrou um senhor que costuma correr por ali, sempre com uma camisa do Avaí. Esse senhor deu a dica: “Sempre um poste a mais”. Ou seja: a cada dia, aumente um pouco a distância. Fernando seguiu o conselho, e em pouco tempo, já dava a volta em todos os postes da Elza Luchi. Daí para o início da “carreira” no mundo das competições foi um sprint! A primeira prova foi em um evento beneficente do Hospital de Caridade, na distância de cinco quilômetros. Depois de 20 dias de treino, a recompensa: “Quando eu terminei a prova, me deu uma emoção muito grande. Me deu uma sensação tão boa que eu liguei pra minha mulher e falei: acho que eu encontrei o que eu queria”.
Isso foi em agosto de 2017. No ano seguinte, estabeleceu uma meta: correr a São Silvestre. “Eu sabia que ela é 15 quilômetros. Aí eu comecei a treinar. Comecei a baixar o tempo, não olhava para a balança. Comecei a treinar só dez quilômetros. Daí chegou final do ano e falei: agora eu vou pra São Silvestre. E fui, sozinho”, narra. “Quando começou a corrida na São Silvestre, eu achei muito bacana aquilo, gente fantasiada, tudo que tu pode imaginar”, acrescenta.
Passado o batismo da São Silvestre, era hora de ampliar os horizontes. Era hora de encontrar um propósito maior. Como entrou no ano de 2019, resolveu traçar a meta de correr 2.019 quilômetros. A meta será atingida na corrida mais famosa da virada do ano.
Homenagem à Jotur
Quem também vai “bater o ponto” na Corrida de São Silvestre é o atleta radicado em Palhoça Diogo Trindade, que fará uma homenagem à Jotur, onde trabalha como cobrador: Diogo vai vestir um uniforme especial, em alusão aos trajes utilizados pelos funcionários da empresa.