Por: Adriano Niehues*
Com a posse do novo presidente, eleito por 55,13% dos votos válidos, encerrou-se um período de 16 anos dos governos do PT/MDB e iniciou-se um novo período de esperança de um Brasil melhor.
A eleição do novo presidente foi impulsionada por uma grande revolta da população com relação aos altos índices de criminalidade, desemprego, corrupção, desperdício de dinheiro público e outras práticas que levaram o país a uma crise socioeconômica, inaceitável para a maioria da população brasileira.
Esta mudança foi proposta diretamente pela população, através das redes sociais, que serviram de instrumento principal para a vitória do novo presidente.
Esse instrumento foi uma das grandes novidades da eleição de 2018, porque o eleitor pode participar diretamente na campanha e o candidato pode falar diretamente com a população, sem intermediação da mídia convencional e aqueles indesejáveis horários políticos.
O candidato apenas apresentou uma lista de propostas que refletiam os anseios da população, sem mencionar os detalhes de como elas seriam concretizadas.
Algumas delas se resolvem com simples atos do Executivo, e outras somente com aprovação do Congresso Nacional.
Em razão disso e passados alguns dias da posse, podemos perceber que o governo tem alguns momentos de turbulência e falta um pouco de sintonia entre os membros do primeiro escalão.
É preciso consertar essa dissonância o mais breve possível, para que o governo entre nos trilhos e não perca sua credibilidade.
Tem ainda a questão da governabilidade que o presidente; queira ou não, vai ter que buscar junto ao Congresso Nacional, a partir de 1º de fevereiro próximo. Tradicionalmente, essa questão sempre foi muito difícil para qualquer presidente da República, pela exigência do "toma lá, da cá".
Acredito que neste caso o presidente Bolsonaro terá que fazer algumas concessões em nome da governabilidade.
Na situação que o Brasil se encontra, é preciso um planejamento estruturado para mudar os rumos do país. Não dá para fazer isso só na canetada, sob pena de cometer erros irreversíveis e ocorrer judicializações de algumas decisões.
Para reduzir o tamanho do governo federal, tornar as políticas públicas mais eficazes, consertar o que não está funcionando bem, eliminar as velhas práticas políticas, equilibrar as contas, gerar empregos, viabilizar o crescimento econômico, enfim, fazer as mudanças desejadas, terá que ter uma boa dose de paciência e muita competência da equipe de governo para alcançar essas metas. A credibilidade do governo é requisito fundamental para a volta do crescimento econômico e a consequente geração de empregos.
Apesar de ser um governo um pouco confuso no começo, por falta de experiência política e um planejamento consistente de suas ações, podemos acreditar que será um governo de mudanças e diferente de tudo o que levou o país à maior crise ética e fiscal dos últimos tempos.
Com certeza, os obstáculos serão muitos, mas o presidente terá que vencê-los para fazer o melhor pelo Brasil. O tempo que isso levará, não podemos prever, apenas esperar com muita paciência e torcer para que a missão de um Brasil melhor seja concretizada nos próximos anos.
* Consultor em Gestão Pública