97ee1652bd4e09a9bcd3837e0e303527.jpeg Por que despejar esgoto a céu aberto é uma prática prejudicial?

1eb3a25127f55d89439eb950daa439db.jpeg ANTT e Ministério dos Transportes defendem túnel duplo no Morro dos Cavalos

62ab47f852426e30df4445e1a3dc3e18.jpeg Autor do primeiro feminicídio de SC em 2025 é condenado a 65 anos de prisão

3ee49408b8f65287d0f9720f6d12420c.jpeg Prepare sua casa para o verão e ajude a garantir água para todos

f999fb7390ff4c0ba80fc242df543135.jpeg Águas de Palhoça instala dois laboratórios para reforçar o monitoramento de efluentes no município

bfde36d0065fd89736e646bb81223d2b.jpeg TUM Festival reúne oito mil pessoas e encerra com grande produção da Orquestra Petrobras Sinfônica

ab484964aed24c77c0529f7f138b2358.jpeg DIVERSIDADE - Programa “Respeito Dá o Tom” ganha destaque em eventos da Consciência Negra em Palhoça

0ef0b66fdc65509bbcad4b4b90be5a22.jpeg Cinco Roteiros bate-volta e de fim de semana em SC para curtir o calor na Serra

99fa85b40c03a867632c115023298b36.jpg Prefeitura de Palhoça divulga programação oficial do Natal 2025

b49e0e67f6f0f67d89ea505b88711b8e.png Tribo de Jah e Charlie Brown Jr. são os grandes destaques da agenda de verão em Palhoça

8ed19d9497b2d74f9ef9ea66e4e69583.jpeg De Palhoça para o Japão, Diogo Trindade participa de treinos para o The Summer Deaflympics 2025

b70a839174dd3cf06fb26f64af7c8a65.jpeg Equipe Moto14 celebra pódio na Anittapolis Road Race

a04e05b18ec50db97df04ea1b4028d58.jpeg Meninos da Vila Palhoça vivem semana de avaliação no Santos Futebol Clube

0fb346e63e501fe694f78334c85d193b.jpeg Etapa da Taça Brasil registra disputas em altas ondas nesta quinta-feira (30), na Guarda do Embaú

66c167d4672495f8d471b15cf0d31fdb.jpg Taça Brasil reúne 181 surfistas na praia da Guarda do Embaú

Abraçar é falar com mãos e braços

Dia do Abraço foi celebrado nesta sexta (22), mas afastamento social impede o gesto no plano físico; fica a intenção, expressa no universo virtual

f7ab9b5d320dd518baed076c1644fbc4.jpg Foto: REPRODUÇÃO

Esta sexta-feira (22) marcou o Dia do Abraço, e a dificuldade de se dar aquele abraço do fundo da alma neste cenário de pandemia, em que não se pode sequer apertar as mãos, frustra a celebração da data em plenitude. O poeta Mário Quintana tem uma frase antológica: “Abraçar é dizer com as mãos o que a boca não consegue, porque nem sempre existe palavra para dizer tudo”. E neste "novo normal" em que estamos vivendo, os abraços virtuais estão dando lugar aos presenciais.

Nas relações humanas, o abraço simboliza a felicidade e a sua ausência corresponde ao déficit no relacionamento, explica a psicóloga e professora do curso de Psicologia a Unisul Ana Maria Pereira Lopes. “Um abraço pode representar a emoção de que embora eu me sinta pequena, insegura, pois sou uma criança, tenho alguém ali que faz cuidado, reconhecimento, aceitação, ajuda etc. fazendo de mim outra pessoa, humanizando-me. Por isso, o abraço é muito importante. É curioso que seja estabelecido o Dia do Abraço e, muitas vezes, não seja considerado como este ocorre a partir de sua representação de cuidado que traz”, reflete.

A professora observa que a falta do abraço ocasiona uma falta, um déficit no enfrentamento de situações que envolvam relacionamentos. “Por outro lado, há de se lembrar que enfrentamos situações difíceis na vida, sobretudo, quando adultos, porque tivemos ema alguma medida essa experiência. A falta de um abraço então pode ter desdobramentos diferentes a depender de condições desiguais”, acrescenta.

Ana Maria explica que os seres humanos, diferentemente dos outros animais, têm, na sua história de constituição como sujeitos, uma condição para a sua existência: a de ter vínculo, cuidado e reconhecimento de alguém. Não há ser humano que alcance seu potencial humano que não tenha desenvolvido uma etapa de cuidados na qual “um outro” outra pessoa não tenha feito essa tarefa. E nesse processo de cuidado, muitas vezes somos “abraçados”, tocados, envolvidos. O abraço que damos hoje, sem burocracia, e de fato felizes por encontrar uma pessoa é, em alguma medida, advinda dessa felicidade por ter tido “um outro” na nossa humanização.

Mas em tempos de isolamento social e físico as pessoas estão tendo que evitar o abraço e o contato de um modo geral. Uma ligação ou uma chamada de vídeo pode amenizar, muitas vezes esta falta. Na opinião da psicóloga, as pessoas, em suas vidas, podem enfrentar situações em que não consigam revisitar essas vivências de modo mais físico, que pode ser um abraço. E o isolamento social é uma dessas possibilidades. “Nesses momentos há de se buscar outros tipos de contato, que no tempo atual, são muito facilitados por comunicação por meio tecnológicos, sobretudo a camadas da população com tais acessos a bens materiais. Mas há de se lembrar que a qualidade dessa relação vai depender da história de vínculos das pessoas também”, destaca.

A professora da Unisul salienta que a quarentena não é a experiência de estarmos indo para uma viagem na qual escolhemos fazer isoladamente, ou um trabalho a que nos dedicamos. “Essa condição que estamos experimentando se apresenta para nós como algo inusitado, que quebra nossos planos, e ainda mais, coloca a possibilidade de perda de coisas e pessoas. Até mesmo nossa possibilidade de finitude é colocada em xeque. Então, a dificuldade de enfrentar o isolamento social, em um primeiro plano, passa por tudo isso para todos nós, a não ser para alguém que esteja em um processo psicológico de negação dessa realidade, o que é até mesmo uma condição patológica. Mas ressalto que também passa pelas condições concretas de vida das pessoas: condições arquitetônicas de sua residência, qualidade do meio de comunicação, tal como já falei antes. E por isso que essa pandemia é considerada como uma situação que atinge de modo diferente, diferentes camadas sociais”, argumenta.

 

Diante deste cenário, a professora Ana Maria dá algumas dicas

A primeira é a de buscar condições de encontro em que essas possibilidades de humanização possam de alguma forma estar presentes. Por exemplo: marcando um horário, se arrumando para tal, brindando uma bebida, um chá, um café, um vinho etc. É como dizia Saint-Exupéry, por meio do seu personagem, o Pequeno Príncipe: "Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração…".

Uma segunda ação possível pode ser a conversa franca e direta sobre essa falta. A expressão sobre o que é que está fazendo falta naquela relação. Isso pode dar base para construção de outro tipo de representação sobre a relação. Pois, falar sobre algo faz esse algo representado no nosso psiquismo. E assim, se conversamos sobre nossa relação, e o modo como ela está ocorrendo, afirma a mesma e a concretiza psiquicamente, ainda que em outras condições. E aí o principio da alteridade, que como diz Emmanuel Lévinas diz respeito à possibilidade de que nos “nos constituímos com o outro”, fica pouco alcançável.

Uma terceira ação que pode ser pensada é a seguinte: não há de tentar de modo maníaco, tentar suprir todas as faltas de encontro. Muitas vezes, as pessoas, se colocando excessivamente em relações, são muitas lives, muitas mensagens trocadas a todo o momento, muitas reuniões por dispositivos diversos a todos os momentos. Uma sensação de que devemos responder tudo imediatamente, como se fôssemos perder as relações, enfim. Por vezes, parece haver uma tentativa de excesso de comunicação, sem a busca do espaço para o vínculo, a conversa e o abraço. E aí, na tentativa de estar junto em meio a todas aquelas condições que nos coloca o isolamento social, ficamos sem encontrar o abraço, e aquele representante de cuidado que tanto nos faz humanos!

 

Quer participar do grupo do Palhocense no WhatsApp?
Clique no link de acesso!
 



Tags:
Veja também:









Mais vistos

Publicidade

  • ae88195db362a5f2fa3c3494f8eb7923.jpg