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Em meio à pandemia, eles viraram pais

Em comum, três jovens pais palhocenses relatam as singularidades de exercer a paternidade durante o panorama de restrições sociais

22d7e63a659217ff133bd2bf62458b42.jpg Foto: ARQUIVO PESSOAL

Por: Sofia Mayer*

 

Novas tarefas e responsabilidades amplificadas costumam ser pensamentos centrais quando um filho está para nascer. Para Jonatas Silva, Douglas Weiss Oliveira e Filipe Aderbal da Silva, três pais de primeira viagem, no entanto, os desafios e descobertas da paternidade não têm se limitado a trocas de fraldas, reeducação financeira e momentos de curtição em família. Depois de verem os bebês nascendo em plena pandemia e passando pelos primeiros meses num cenário de isolamento social, os jovens palhocenses relatam que, em comum, seguem enfrentando uma série de perrengues e situações inusitadas.

Em 15 de junho, o fotógrafo Jonatas Silva, de 28 anos, acostumado a registrar partos de clientes, se viu no outro lado da câmera. Diferente dos eventos pré-pandemia, contudo, a chegada do primeiro filho, Guto, foi marcada por um protocolo sanitário diferenciado: distanciamento social, que lamentavelmente impediu a presença dos avós e padrinhos da criança, e máscaras pouco fotogênicas nos rostos, eternizando o cenário pandêmico nas recordações fotográficas de família.

O que mais preocupava o recém-pai, morador do Rio Grande, porém, não era o momento da chegada de Guto - isso, para ele, “estava tranquilo”. O que tirava a paz de Jonatas eram as incertezas econômicas de quem trabalha, de forma autônoma, com eventos sociais em um período em que aglomerações são impensáveis. “Eu sempre fui preocupado com contas, desde a época que casei, e tudo estava muito bem, muito tranquilo pra gente. Quando veio isso tudo, todos os cancelamentos de casamentos, eu falei ‘acabou minha renda, né?’”, relata. Ele e a esposa, Thuani Schutz, de 25 anos, atuam sobretudo como fotógrafos de casamento. “Nossa sorte é fechar sessões em cima da hora, ou casamentos para o ano que vem ou para 2022”, conta. Hoje, trabalhos com fotos corporativas também estão ajudando o casal a manter estabilidade financeira para criar confortavelmente o filho.

O recolhimento social, medida necessária para conter a Covid-19, é outra questão que chateou o pai de primeira viagem, ansioso para mostrar o bebê para parentes e amigos. “A gente ficou na casa da mãe da Thuani no começo, e o pessoal, principalmente minha família, ficou muito preocupado; eles não vinham”, conta. Ele revela que parentes próximos só conheceram o caçula da família após cerca de 12 dias: “Foi uma visita sem tocar, sem pegar no colo. Só vendo de longe. E disso a gente sentiu falta, já que era uma coisa que a gente queria muito”. Há pouco mais de um mês da chegada de Guto, o trajeto do casal se limita à casa, ao trabalho, e à residência dos pais. Mesmo decididos a cortar os passeios adiáveis e as saídas, que eram corriqueiras, para almoçar no shopping, Jonatas revela que precisou abrir uma exceção no isolamento social e levar o filho para conhecer o bisavô: “Na minha cabeça, eu era obrigado a levá-lo para ver o ‘biso’, por ser mais de idade. Eu queria garantir esse momento, queria ter foto disso. Então, a gente o levou em um domingo. Isso, para nós, foi difícil”.

Fazendo jus ao período de anormalidade, utensílios tipicamente adquiridos por pais recentes também não têm sido tão usados como gostariam: “Antes, a gente imaginava ‘ah, a gente vai estar com carrinho, vamos levar o Guto junto’. E, realmente, esses passeios, a gente cortou tudo”.


Quarentena de cinco meses

Betina, a primeira filha de Douglas Weiss Oliveira, morador do Pagani, nasceu em 9 de março, junto aos primeiros casos de Covid-19 no estado e ao início dos murmúrios a respeito de uma quarentena rígida, que iniciaria pouco depois, no dia 17. Embora a preocupação iminente do primeiro filho já existisse, o panorama singular chegou com inseguranças bem específicas: “Certamente, o cenário de pandemia nos trouxe ainda mais preocupação; no início, nem tanto, pois para mim, era algo sem precedentes, achei que passaria logo”.

Cerca de cinco meses depois do nascimento de Betina, o município contabiliza mais de 2.800 casos de Covid-19, segundo boletim divulgado pela Prefeitura na terça-feira (4). O cenário preocupa o jovem pai, que lida com o sentimento de culpa por precisar sair para trabalhar, se expondo ao vírus: “Estou desde o início na linha de frente, muito temeroso por se tratar de um vírus que não conhecemos. Adoro esmagar e beijar minha pequenina, e cada vez que faço isso, quando chego em casa, tenho o sentimento de estar fazendo algo errado, colocando em risco a sua saúde”, Douglas desabafa. No momento, ele gerencia um supermercado da região.

Ao mesmo tempo, cuidar de um bebê em meio à crise econômica também é questão que o inquieta: “Como ter um filho é uma experiência inédita para nós, não sabemos o quanto seremos exigidos financeiramente no dia de amanhã. Sempre fomos organizados financeiramente e estamos acurando isso, para ter segurança no futuro”. A mãe, Analú Weiss Medeiros, é proprietária de um salão de beleza no Pagani, estabelecimento que precisou ficar mais de duas semanas com portas fechadas no início da quarentena. 

Nascida no cenário onde a regra é o isolamento social, sem possibilidade de contato com o dinamismo da vida pré-pandêmica, Betina tem sentido inquietação com relações fora do círculo familiar. “Nas poucas vezes em que nós nos permitimos sair com ela, ficou nítido como ela estranha tudo e todos”, Douglas conta. De acordo com ele, a madrinha de Betina, por exemplo, só conheceu a pequena com quase três meses. “Meus pais são idosos e acompanharam boa parte dos primeiros meses por chamadas de vídeo, mas sempre foi notório o desapontamento de não poder estar vivendo esse momento de forma presencial”, completa.
 

Sorrisão com as videochamadas

Quem também compartilha desse sentimento é o professor de Geografia Filipe Aderbal da Silva, residente no Aririú. Embora a filha, Lívia, tenha nascido no final de janeiro, quando a discussão mais profunda acerca do coronavírus ainda se limitava à China, a pequena também sentiu os efeitos sociais negativos da quarentena, imposta em meados de maio: “A gente notou que a Lívia foi uma criança que estranhou muito, inclusive os familiares, nesse período. Ela teve uma dificuldade em relação a isso, porque não estava acostumada a ver gente”.

Embora Filipe, como licenciado em Geografia, esteja sempre de olho nas atualidades, não imaginava que a pandemia chegaria nestas proporções. Quando Lívia nasceu, por exemplo, os tempos ainda pareciam de normalidade, o que permitiu que parentes curtissem a nova integrante já nos primeiros dias de vida. “No início, a gente passou um tempo na casa dos meus pais, que era mais próxima da maternidade e tudo. Nós ficamos ali, ela teve bastante contato com os avós paternos, e claro, nesse período, a família também visitava, não se viviam esses momentos, era fevereiro”, contextualiza.

O casal voltou para a casa com a chegada de março: “A gente começou uma maior distância da família quando foi decretada a pandemia e os decretos em Santa Catarina começaram a valer. A gente realmente optou por não ver ninguém”, conta. Pedindo a compreensão de todos, a alternativa para matar a saudade foram as videochamadas, mecanismo que continua sendo utilizado, mesmo com algumas flexibilizações sociais que decidiram adotar em abril. “Hoje, a Lívia já está com seis meses, ela já consegue reconhecer a vovó e o vovô. A gente nota que é só ligar a chamada de vídeo e ter aquele barulho, aquele sinal da chamada, que ela já abre um sorrisão, porque ela sabe que vai ver alguém que gosta”, relata.

Os sonhados passeios em família, contudo, ainda não aconteceram. “A gente tinha essa ideia de que queria ir para os lugares, levar a Lívia para que ela também conhecesse com a gente, fizesse parte desse momento”, conta Filipe. A esperança, segundo o pai, é a de que possam introduzi-la, o mais breve possível, à rotina fora de casa.

Trabalhando em esquema de home office e preparando aulas para serem ministradas remotamente desde o início das medidas de isolamento social, o professor conta que estar perto da filha faz a tarefa ser um pouco mais leve. “Entre uma aulinha e outra, eu podia dar um cheirinho nela, dar uma olhadinha nela, interagir com ela. Pude também mostrá-la para meus alunos”, detalha. Hoje, Lívia é o “mascotinho” da turma, e tem presença requisitada nas videoaulas. “Foi um desafio, só que, ao mesmo tempo, eu tive uma oportunidade de estar mais próximo dela, no dia a dia, coisa que poucos pais podem presenciar”, Filipe agradece. 

* Sob a supervisão de Luciano Smanioto

 

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