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Por um recomeço

Grupo de refugiados busca uma nova vida em Palhoça, longe da instabilidade política da Venezuela

fbf0ff225849f2485fac6b8a26ba3781.JPG Foto: NORBERTO MACHADO

Por: Cilene Macedo/Especial

Dezesseis casais, imigrantes da Venezuela, chegaram nesta quarta-feira (14), no final da tarde, em Santa Catarina. A chegada deles faz parte de uma operação de acolhimento de refugiados criado pelo governo federal, chamada de “programa de interiorização”. Esse acolhimento em Santa Catarina está sendo realizado por uma ação conjunta do governo federal, governo do estado, por meio da Secretaria de Assistência Social Trabalho e Habitação (SST), Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e a ONG DU Projetos, da Grande Florianópolis. As famílias estão abrigadas no complexo Dom Jaime Câmara, de propriedade do estado, no Bela Vista, onde irão morar.
Essa ação conjunta, de diversos aparelhos do Estado, é necessária para atender as demandas iniciais como saúde, alimentação, locomoção, busca de emprego, dentre outras. Os imigrantes geralmente chegam sem dinheiro, desempregados, abalados emocionalmente, e em um país com cultura diferente. Por isso, é necessário que haja um trabalho de diversos setores e acompanhamento previsto por seis meses. Desta forma, o governo federal se responsabiliza por repassar para a SST uma verba de R$ 2.400 adiantados para manutenção de cada um deles, por seis meses. Esse recurso serve para a compra de alimentos, roupa, vale transporte, dentre outros.  
A Secretaria de Assistência Social Trabalho e Habitação cedeu duas casas de três quartos cada, localizadas no complexo Dom Jaime, que foram reformadas com recursos repassados pela Acnur. A SST, por meio do Sine, contatou algumas empresas que buscam preferencialmente imigrantes para vagas de emprego e já estão em tratativas para colocá-los nestas funções. Todos os imigrantes estão com a avaliação de saúde feita, carteira de vacinas atualizada e documentação regularizada para permanência e trabalho em Santa Catarina.
Os 32 venezuelanos vieram do Norte do Brasil, local por onde estes imigrantes têm entrado no país. A maioria deles entrou por Roraima e tentou reestabelecer a vida por lá. No entanto, a cidade é pequena e não consegue acolher todos os refugiados. Mesmo cansados da viagem, ao sair do ônibus que os transportou do aeroporto até o abrigo, todos exibiam um belo sorriso de alegria. É o caso de Milagros Bolivar, de 27 anos, e Kelbis Hernandez, de 29, que pareciam muito felizes. Hernandez conta que chegaram ao Brasil em agosto deste ano, instalaram-se em Roraima e trabalharam com comércio informal, vendendo refrigerantes e sucos. A possibilidade de vir para Santa Catarina, onde ele tem uma irmã, que também veio refugiada da Venezuela, o deixou muito contente. 
O casal, que está junto há dois anos, conta que chegou um momento em que precisavam tomar uma decisão, pois a vida na Venezuela se tornou insustentável de dois anos para cá. Antes da crise, eles levavam uma vida normal de casal, trabalhando e tentando construir um futuro melhor para ambos. Nos finais de semana, gostavam de curtir com a família, passear, andar de bicicleta e ir ao cinema. “Eu trabalhava em uma empresa de produtos químicos, me sustentava, tinha uma vida boa e era feliz. Mas chegou um momento em que o governo não comprava mais os produtos químicos, porque dava prioridade para comprar comida para o país, e com isso passamos a receber dinheiro apenas por produção. O que não garantia o sustento dos funcionários, nem para as coisas básicas. Foi aí que decidimos vender tudo o que tínhamos na Venezuela para poder vir para o Brasil. Hoje em dia, minha família está espalhada, tenho parentes na Venezuela, no Brasil, na Colômbia e no Peru. Mas essa situação, essa crise, não afeta só a parte econômica, o país está desorganizado. Só para dar um exemplo: eu tenho um amigo que solicitou uma segunda via do documento de identidade em janeiro, para comprar um celular que ele havia extraviado, e até agora não conseguiu obter o documento. Uma pessoa nesta situação, sem identidade e sem celular, não pode sair do país. Estamos em uma situação difícil, tanto para ficar na Venezuela, como para sair”, conta Hernandez. 
“Nós viemos para o Brasil porque é um país que nos dá esperança de um futuro melhor. Podíamos ter ido para outro país, como a Colômbia, que é nossa vizinha também, mas não é um país tão acolhedor quanto o Brasil. Aqui fomos muito bem recebidos. Queremos reconstruir a nossa vida e nossa família. Queremos trabalhar e vamos aproveitar as oportunidades de emprego para nos estabilizarmos e crescer pouco a pouco”, disse Milagros.  
A consultora geral da Secretaria de Assistência Social do Estado, Mariah Nascimento, acredita que não se pode ficar alheio a uma situação que tem causado grande impacto em todo o mundo. “É uma questão humanitária e Santa Catarina tem realizado um processo organizado para que mais tarde não se torne um problema social ainda maior. O Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) criou o programa de interiorização dos imigrantes venezuelanos e fez um planejamento muito bem detalhado para isso acontecer. Se passados os seis meses alguém ainda não conseguiu emprego, o convênio se renova por mais seis meses, mas isso nunca aconteceu. Por isso, nós teremos seis meses para torná-los autossuficientes. À medida que eles comecem a conseguir emprego, eles vão saindo e dando lugar para outros que precisam. Uma série de ações já está programada para acontecer. Por exemplo, nesta quarta-feira eles terão uma oficina de finanças, para eles se organizarem em relação ao dinheiro, porque lá é outra moeda” disse. 
De acordo com Luciana Negreiros, da Diretoria de Trabalho e Emprego da SST, que acompanhou toda a reforma da “casa do estrangeiro”, onde os venezuelanos estão morando, isso só foi possível pela união de esforços. “Recebemos apoio do Estado, mas também de outros parceiros, empresas, e comunidade em geral, que doou cobertas, roupas e utensílios de cozinha. Quem tiver interesse em doar utensílios domésticos e roupas pode entregar aqui no próprio complexo Dom Jaime Câmara”, informa Luciana.
No próximo dia 20 de novembro, mais 28 imigrantes chegarão nas mesmas condições para ocupar a segunda casa dentro do complexo.
“Isso é uma questão humanitária, é o que nos move, é ser mais humano. O Brasil não está tão ruim que não possa ajudar quem precisa. Nós não podemos deixar estas pessoas sem assistência em uma parte do nosso país, que é Roraima”, disse Mariah.

 

Saiba mais

Complexo Dom Jaime Câmara
Hoje, a estrutura do complexo Dom Jaime abriga: uma escola estadual, uma creche, um posto de saúde e um programa de convivência do município de Palhoça, um pólo da Universidade Aberta do Brasil, uma agência do Sine e uma agência do Iprev.

A crise na Venezuela
Segundo estimativas da ONU, pelo menos 50 mil venezuelanos se fixaram no Brasil até abril deste ano. Em Santa Catarina, a estimativa é a de que até o final desse ano venham 5 mil venezuelanos para a estado.
A crise política e econômica da Venezuela está provocando escassez de comida, produtos básicos, falta de emprego e violência no país. Desta forma, os venezuelanos estão saindo da terra natal em busca de condições dignas de vida e tentam se abrigar nos países mais próximos.
No Brasil, eles entram por Roraima, o estado menos populoso do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa invasão de imigrantes em Roraima causou uma preocupação no governo federal, que está fazendo campanhas para acomodá-los nos demais estados do Brasil.



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Créditos: NORBERTO MACHADO NORBERTO MACHADO NORBERTO MACHADO NORBERTO MACHADO NORBERTO MACHADO
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