Por: Willian Schütz
Um caso de preconceito repercutiu após a disputa de uma etapa da Liga de Voleibol de Santa Catarina, realizada no último fim de semana, em Palhoça. Segundo testemunhas, o episódio envolveu uma criança de 11 anos que joga na equipe palhocense e foi alvo de ofensas por parte da torcida e de membros da equipe adversária. De acordo com os relatos, diversas pessoas teriam utilizado a palavra “autista” de forma pejorativa.
O caso gerou forte mobilização nas redes sociais. O perfil do projeto Voleibol Palhoça — conduzido por professores da Fundação Municipal de Esporte e Cultura (FMEC) de Palhoça — publicou uma nota de repúdio sobre o assunto. O texto ressalta a importância de combater atitudes preconceituosas dentro e fora das quadras. “A palavra autismo foi usada para diminuir um de nossos atletas, uma criança de 11 anos. O transtorno do espectro autista (TEA) tem sido pauta social, sempre na discussão da inclusão. Portanto, devemos dar o devido respeito aos autistas e ensinar nossos jovens atletas a abraçar a causa”, traz o texto publicado.
A nota ainda destaca que eventos esportivos com crianças e adolescentes devem ser espaço para reforçar valores como respeito, empatia e inclusão. “Trata-se de uma competição sub-13, momento oportuno para reforçar os valores inclusivos do esporte, que forma caráter”, conclui o comunicado.
A mãe do atleta também se manifestou, demonstrando sua indignação: “O uso de termos relacionados a condições neurológicas como forma de ofensa revela o quanto ainda precisamos evoluir como sociedade. O esporte deveria ser um espaço de união, superação e respeito mútuo. Quando ele se torna palco para o preconceito, todos perdemos”.
A equipe adversária, citada nos relatos, também se pronunciou, por meio de comentários nas redes sociais, com uma nota oficial. No entanto, foi alvo de críticas por não ter publicado o posicionamento no perfil principal do clube.
No texto, a equipe afirmou que “repudia veementemente qualquer manifestação de discriminação, bullying ou ofensa pessoal praticada por integrantes de suas equipes esportivas”. “Essas atitudes não refletem, de forma alguma, os valores que orientam nosso clube: respeito, ética e o compromisso com uma sociedade mais justa, inclusiva e fraterna”, aponta a nota. “Diante da situação mencionada, estamos apurando os fatos com seriedade e responsabilidade. E nos comprometemos em intensificar as práticas educativas e internas que previnam e combatam qualquer atitude discriminatória entre nossos membros e situações dessa natureza não voltem a acontecer”, finaliza o texto.
Até o fechamento desta matéria, na terça-feira (5), a Liga de Voleibol de Santa Catarina ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.