Por: Willian Schütz
Há séculos, a produção artística é uma das tradições da Igreja Católica. Ao longo das gerações, a fé cristã marcou diversos movimentos da história da arte. Em Palhoça, não é diferente. Por aqui, um conjunto de obras foi atração por muito tempo: as pinturas da Via Sacra feitas pelo artista João Dias, o Dão. Elas ficaram expostas por mais de 25 anos na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, no Centro. Recentemente, foram retiradas das paredes da igreja.
Dão relembra que as obras foram feitas em 1996. São 14 painéis de acrílico sobre tela, que trazem imagens relacionadas à tradicional Via Sacra, um percurso simbólico de grande importância para a fé católica. Além de ilustrar cenas bíblicas, os painéis também fazem alusão a fatos da época — como a destruição de manguezais, por exemplo.
Apesar de não recordar o tamanho exato, Dão destaca que são molduras grandes, que teriam aproximadamente 80 centímetros de comprimento. Dispostas no interior da igreja, essas obras chamavam a atenção de quem entrava. Segundo o artista, há histórias de pessoas não católicas que iam à igreja para contemplar os quadros.
De acordo com Dão, as obras foram feitas com muito esforço, por conta do tamanho e da complexidade. Ainda em meados dos anos 1990, elas foram colocadas na Igreja Matriz da Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, no Centro de Palhoça — em frente à Praça Sete de Setembro.
Mais de 25 anos depois, o conjunto de quadros saiu das paredes, por conta de uma reforma. A obra de revitalização da edificação foi finalizada em junho deste ano, mas as pinturas não voltaram a ser exibidas.
O padre Leandro Rech, atual pároco (na época em que as obras de Dão foram confeccionadas, outro padre exercia a função de pároco no local), diz que os 14 painéis de acrílico sobre tela permanecem guardados na igreja.
Porém, eles não foram mais exibidos ao público. Ao menos por enquanto. Rech afirma que há possibilidade dessas pinturas voltarem a ser expostas. “Pensamos em fazer um memorial no futuro próximo”, afirma o pároco. Ainda não há confirmação de qual espaço seria utilizado para esse fim, nem sobre datas de realização. Enquanto isso, as obras de arte permanecem guardadas.